Empresa pode vender 51% de ativos na Argentina, diz imprensa local

Por Sylvia Colombo E Pedro Soares
BUENOS AIRES, ARGENTINA E RIO DE JANEIRO, RJ, 20 de fevereiro (Folhapress) - A Petrobras estaria abrindo mão de 51% de seus ativos na Argentina, segundo os jornais argentinos "La Nación" e "Clarín". Os possíveis compradores seriam dois empresários aliados do kirchnerismo. Um deles é Cristóbal López, dono do grupo Indalo, ligado aos meios de comunicação. López recentemente adquiriu o canal de notícias 24h C5N e atua também nos setores de casinos e gado.
O outro é Eduardo Eunerkian, dono da Corporação América, que opera os aeroportos de Buenos Aires e Montevideu e, recentemente, venceu o concurso para operar também o de Brasília. Segundo a imprensa do país, um anúncio sobre a venda dos ativos da Petrobras Argentina seria feito na sexta-feira.
Procurada, a Petrobras informou que não iria comentar o assunto. Mas a Folha de S.Paulo apurou que há anos existe uma insatisfação na estatal com os resultados da subsidiária e com o controle de preços de combustíveis no país vizinho. A questão, no entanto, é delicada por causa da proximidade do governo brasileiro o de Cristina Kirchner. Em um primeiro sinal de que preparava a saída do país, a Petrobras vendeu uma refinaria na Argentina no ano passado. O segmento é o que dá mais prejuízo por causa do controle de preços.
Petrobras Argentina
Em 2012, a Petrobras Argentina (que controla unidades na Bolívia, Venezuela e outros países da América do Sul) lucrou R$ 256 milhões, 16% a menos que em 2011. A queda do lucro, no entanto, foi menor do que o da Petrobras como um todo (36%). A operação na Argentina e nos demais países sob o guarda-chuva da subsidiária do país vizinho geraram um faturamento de R$ 4,8 bilhões em 2012 --apenas 1,7% do total da Petrobras.
Somente na Argentina, onde está a maior parte das operações, a produção de óleo e gás somou 91 mil barris/dia -3,5% da produção total de óleo e gás da Petrobras (2,598 milhões de barris/dia). Após anos em declínio, houve alta da extração de 6% na Argentina no ano passado graças ao início de produção de novos campos.
 

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