Elias joga no superclássico


Elias joga no superclássico


MARCELO NINIO

Da Folhapress – Pequim, China

Kaká e Robinho, os jogadores mais veteranos da seleção, devem ficar no banco de reservas no Superclássico das Américas entre Brasil e Argentina, que será disputado amanhã, em Pequim.

No terceiro treino realizado na capital chinesa, nesta quinta (9), o técnico Dunga finalmente deu uma indicação clara do time que começará a partida, com o volante Elias no meio campo. O jogador do Corinthians ganhou a posição depois dos cortes de Ramires e Fernandinho, por lesões.

O time titular treinou com Jefferson, Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Oscar e Willian; Neymar e Diego Tardelli.

Mais uma vez Dunga inovou, com um treino tático em campo reduzido e quatro gols. Ao som do apito, os times tinham que jogar na horizontal ou na vertical do campo.

Além disso, um jogador atuou como um curinga, atuando ora por um time, ora pelo outro. Fizeram essa função Oscar, Willian e Neymar.

Foi uma saída para treinar uma seleção ainda incompleta, já que o volante Rômulo, do Spartak Moscou, que demorou a obter o visto de entrada na China e só deve se apresentar hoje.

Pelo que indicou no treino, Dunga repetirá quase inteiro o time que escalou em sua reestreia no comando da seleção, no mês passado, quando o Brasil venceu Colômbia e Equador em amistosos nos EUA.

As únicas mudanças em relação ao último jogo serão as escalações de Elias e o zagueiro David Luiz, que não enfrentou o Equador por causa de uma contusão.

Ao final do treino, alguns jogadores treinaram cobranças de pênaltis, que é como o Superclássico das Américas será decidido caso a partida termine empatada.

Um dos jogadores mais experientes da seleção brasileira, o atacante Robinho reclamou da poluição em Pequim, local do confronto contra a Argentina, no amanhã, às 8h05.

"A poluição é muito forte, para respirar é um pouco complicado", disse Robinho. "Parece que estamos perto de uma fogueira, perto da fumaça", acrescentou o atacante, que treinou no time reserva na atividade realizada ontem.

Por orientação do médico da seleção, Rodrigo Lasmar, os jogadores tem ficado o máximo possível no hotel, só saindo para os treinos. Outra recomendação é aumentar a hidratação. Segundo o médico, não há maior preocupação para a saúde dos atletas porque o time só ficará alguns dias em Pequim.

A alta poluição em Pequim não dá trégua e mais uma vez uma densa neblina cercou o campo de treinamento da seleção. As autoridades de Pequim mantiveram o alerta para que as pessoas evitem atividades ao ar livre. No momento do treino do Brasil, a poluição estava 16 vezes mais alta que o máximo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Hoje, a seleção fará o primeiro treino de reconhecimento no estádio Ninho de Pássaro, famoso por ter sido o palco principal da Olimpíada de Pequim, em 2008. Para a Argentina o local traz ótimas lembranças: foi lá que a seleção ganhou a medalha de ouro no futebol olímpico, sob o comando de Messi.

O técnico da seleção brasileira não pede gols ao camisa 9. A despeito de ainda não ter marcado pela equipe principal, Diego Tardelli tem usado justamente as orientações de Dunga como alento. Com movimentação constante e muita participação na marcação, o jogador do Atlético-MG tem cumprido tudo que o comandante cobra.

"Lógico que a cobrança sempre vai existir por eu ser o camiseta 9, o único atacante mais referência ali na frente. Mas eu estou tendo minha segunda ou terceira oportunidade na seleção. Não estou preocupado com isso [falta de gols], mas com fazer meu melhor dentro de campo, correr, ajudar na marcação e me movimentar bastante – é isso que o Dunga vem pedindo. Não tem aquela cobrança especial: 'Pô, você tem de fazer o gol'. Ele pediu para que eu fizesse o que eu fiz nos jogos contra Colômbia e Equador", relatou Tardelli.

A presença do jogador do Atlético-MG entre os titulares foi uma das maiores novidades táticas da seleção brasileira após a Copa de 2014. Ao contrário do time do Mundial, que tinha Fred como referência na área, Dunga usa Tardelli como um "falso 9" e faz com que o atacante troque constantemente de posição com outros atletas do setor ofensivo.

Tardelli tem sete jogos em oito convocações para a seleção brasileira. Ele disputou um total de 257 minutos com a camisa da equipe nacional e ainda não balançou as redes.

"Apesar de ter sete convocações, vou ter contra a Argentina a minha terceira oportunidade como titular. Fico imaginando, fica passando um filme na cabeça do primeiro gol. Ainda mais eu, que sou atacante. Estou louco para sair o primeiro gol na seleção porque sei o quanto vai ser importante para mim e para minha permanência nas convocações do Dunga. Na hora em que eu fizer o gol, ainda mais se for contra a Argentina, vai ser uma emoção muito grande", disse o jogador do Atlético-MG.

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