19/09/2014 08:03
Dunga reunirá três gerações de ídolos do Santos nos próximos compromissos da Seleção Brasileira, contra Argentina e Japão, em outubro. O ex-jogador Edu foi chamado para ser um auxiliar pontual da equipe que contará com os atacantes Neymar e Robinho.
"Recebi esse convite de uma maneira maravilhosa, ainda mais porque vou estar ao lado do Neymar e do Robinho. A nossa relação sempre foi muito boa. Respeitosa, mas com brincadeiras", contou Edu, animado. "Eles dois não me viram jogar, mas certamente os seus pais contavam algumas histórias sobre mim."
São justamente as histórias de Edu que interessam a Dunga. O sucessor de Felipão introduziu a figura de um auxiliar pontual em cada uma de suas convocações -, nas vitórias por 1 a 0 sobre Colômbia e Equador, o escolhido foi Mauro Silva - com o intuito de ter ao seu lado um exemplo para os jogadores. A ideia é que o convidado seja sempre um campeão mundial."Conforme conversei com o Gilmar (Rinaldi, coordenador da Seleção Brasileira), vou passar um pouquinho do meu conhecimento, batendo um papo com os atletas, auxiliando em alguma coisa. Também vou aprender com eles", comentou Edu, de 65 anos, campeão do mundo em 1970 e atleta mais jovem a ser inscrito em um Mundial, em 1966.
Com a experiência de quem estava acompanhando a Seleção Brasileira à distância, Edu acredita que o time de Dunga tem potencial para superar o trauma da última Copa. "O Brasil está com um grupo novo, com uma nova comissão. Eles já viram o que é preciso melhorar e avançaram nos conceitos. Foi bom também já começar com vitória", sorriu.
Para o Santos, que hoje tem Robinho e não mais Neymar, o discurso de Edu muda. "Infelizmente, o time vive de altos e baixos. Está com dificuldades para jogar fora da Vila Belmiro. Precisa ser mais constante, não desperdiçar oportunidades. No futebol, se você não mata, morre", ensinou o auxiliar de Dunga.
"Drible" no racismo
Edu não se surpreendeu com o caso de racismo da torcida do Grêmio contra o goleiro santista Aranha. "Isso é normal no Brasil. Na nossa época, sempre aconteceu. Só que a maneira como a palavra foi falada pela menina... Foi muito forte. Ela quis ofender", criticou.
O ex-jogador, no entanto, não chegou a discordar de Pelé, que aconselhou o silêncio como a melhor forma de lidar com o racismo. "É verdade, a gente deve dar um drible no preconceito. Também não precisavam fazer tudo aquilo contra a menina do Grêmio", relevou Edu.
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Fonte: Esporte interativo