Duelo bola murcha


Com jogadores que atuam apenas nos próprios países, Brasil e Argentina disputam título do Superclássico

Estádio pequeno, com público grudado ao alambrado. Em campo, uma das maiores - se não a maior - rivalidades da história do futebol: Argentina x Brasil.

Até o pressionado técnico Mano Menezes critica a marcação do confronto sem poder escalar a Seleção principal. Para ele, mesmo assim, o torcedor exige um bom futebol em campo, missão difícil em só 20 minutos de treinos FOTO: DIVULGAÇÃO/CBF

No entanto, o confronto de hoje, a partir das 22 horas, na pequena cidade de Resistencia, a mais de mil quilômetros de Buenos Aires, estará esvaziado pela ausência dos principais jogadores de ambas as seleções. Assim, o encontro dos gigantes sul-americanos não terá o mesmo peso de outras ocasiões.

Mesmo sendo uma decisão, com direito a troféu em disputa, o resultado do Superclássico das Américas - uma reedição da antiga Copa Rocca - não deve causar graves consequências para nenhum dos lados. O vencedor não sairá de campo convencido de que está pronto para voos mais altos, e o perdedor não deverá ser execrado por cair diante do rival mais ferrenho.

Mesmo porque, as duas seleções só podem contar com jogadores que atuam em clubes brasileiros ou argentinos.

Importância relativa

Pelos lados do Brasil, o técnico Mano Menezes é o primeiro a relativizar a importância do encontro, embora diga que é sempre bom vencer a Argentina, pela tradição do jogo.

"A vitória tem o mesmo peso do ano passado (quando a Seleção Brasileira também venceu o Superclássico das Américas). Não vai resolver os nossos problemas, mas é ótimo vencer um rival tradicional. Para esse grupo, vai significar um aumento de confiança, um enfrentamento muito forte. Vamos saber tirar proveito disso na proporção correta", afirmou o treinador.

"Esses jogos criam confusão na cabeça do torcedor e isso não é bom. Não estamos com a equipe principal e nos é exigido algo que não se consegue com apenas 20 minutos de treinamentos", ressaltou Mano.

Apesar do caráter amistoso do confronto, Mano disse esperar um ambiente não tranquilo. "Sabemos que o ambiente do jogo é diferente. Os argentinos vão torcer muito contra o Brasil".

Thiago Neves torce para que essa rivalidade não se transforme em violência. "Existe um respeito entre os jogadores. O jogo tem que ser na bola", avisou o meia, que deve ser titular.

Cara de Libertadores

A julgar pela estrutura do Estádio Centenário, a Seleção viverá clima mais com cara de Libertadores. O alambrado do Centenário está a pouco menos de dois metros dos gols. Arames farpados na grade que separa o torcedor do campo reforçam o rótulo de "caldeirão" de 25 mil lugares.

O gramado está bom apenas na região central do campo. Nas laterais, há buracos. Ontem, havia uma certa correria dos funcionários do Club Atletico Sarmineto, dono do estádio, para deixar tudo pronto.

Embora a arena tenha sido inaugurada em 2011, era necessário retocar a pintura das traves e demarcar as linhas do campo. Além disso, foi preciso adaptar o local ao padrão que se exige em jogos entre seleções.

A expectativa nesta quarta-feira é de lotação máxima em Resistência. A cidade promove a partida e espalha cartazes e faixas pelas ruas e estradas que a ligam à vizinha Corrientes.

A Argentina conta com o apoio da sua torcida para reverter a desvantagem diante do Brasil, depois de ter perdido por 2 a 1 no jogo de ida do Superclássico das Américas, no dia 19 de setembro, em Goiânia.

Assim, a Seleção joga hoje pelo empate para conquistar o título simbólico e contará com um trio de volantes: Ralf, Paulinho e Arouca devem fortalecer o setor.

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