PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta segunda-feira (30) ser contrária à aplicação da chamada "cláusula democrática" do Mercosul para suspender a Venezuela do bloco, como quer o novo presidente eleito argentino, Mauricio Macri.
"A cláusula democrática é integrante do Mercosul, mas, para você usar, tem de ser com hipóteses, você tem de qualificar o fato", disse Dilma, em entrevista coletiva em Paris, onde participou do primeiro dia da COP21, a Conferência do Dilma da ONU.
O presidente eleito da Argentina já disse que espera que o Brasil reveja sua opinião sobre a Venezuela. Na avaliação de Macri, o governo do presidente Nicolás Maduro desrespeita a democracia e fere os direitos humanos.
Por isso, ele defende acionar essa regra do Mercosul. Madri pretende levar a proposta de aplicar a cláusula democrática contra a Venezuela na reunião de presidentes em Assunção, no próximo dia 21. Se a cláusula for aprovada em unanimidade por todos os países-membros, a Venezuela pode ser suspensa.
Para Dilma, é preciso encontrar um "fato determinado" para aplicar a regra. "Desde o início, o Mercosul contou com a cláusula democrática. Foi ela que permitiu que o Mercosul não concordasse com a saída do presidente Lugo, do Paraguai. Agora, para aplicá-la, tem de ser em cima de fatos determinados, ela não é genérica", disse a presidente.