A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse nesta quarta-feira (28) na Argentina que a relação entre os dois países exige diálogo permanente. "Este diálogo é para construir uma das mais importantes parcerias no nosso hemisfério e no mundo. Uma aliança entre dois países com riquezas extraordinárias, líderes na produção de alimentos, com recursos energéticos e minerais verdadeiramente estratégicos", argumentou.
Dilma discursou durante a 18ª Conferência Industrial Argentina. O tema deste ano da conferência foi Argentina e Brasil: Integração e Desenvolvimento ou o Risco da Primarização. Falando a políticos e empresários, Dilma disse que os dois países precisam buscar a integração industrial regional. “Temos que nos olhar mais do que como parceiros: como sócios de um grande empreendimento binacional”.
A presidente brasileira disse que os dois países não precisam nem devem se especializar apenas na produção de commodities e é essencial o fortalecimento dos setores industriais. Ela destacou que as trocas comerciais entre Brasil e Argentina saltaram de US$ 7 bilhões para cerca de US$ 40 bilhões nos últimos dez anos, mas considera que ainda é pouco para o potencial existente.
“Já perdemos oportunidades, no passado, de estreitar nossas relações. Não temos o direito de cometer o erro de não nos integrar”, disse Dilma. Nesse sentido, a presidente falou na construção de um canal de crédito robusto entre as duas nações. “A Argentina é o maior mercado industrial para o Brasil. O Brasil é o principal mercado industrial para a Argentina”, reforçou.
Dilma concluiu o discurso ressaltando a força conjunta de Brasil e Argentina. “Juntos nós somos muito mais fortes. Juntos temos condição de enfrentar de forma mais efetiva os desafios que o mundo coloca diante de nós e as obrigações que os nossos povos nos impõem”.
A presidente chamou os empresários para continuar o diálogo iniciado na Argentina participando da Cúpula Mercosul, que vai ocorrer em Brasília, na próxima semana, nos dias 4 e 5 de dezembro.