Jogadores da equipe celeste foram apoiados pelos torcedores, que fizeram questão de homenagear os atletas ao fim da disputa pela terceira posição
Não deu. O Cruzeiro ficou fora do pódio no Campeonato Mundial de Clubes de Vôlei Masculino, disputado de segunda-feira a ontem, no Mineirinho. Na briga pelo terceiro lugar, o UPCN-ARG levou a melhor, ao vencer o time celeste por 3 a 2 (25-17, 31-29, 23-25, 16-25 e 15-13). O campeão foi o Belogorie-RUS, que chegou ao título inédito depois de bater o Al-Rayyan-CAT, de virada, por 3 a 1 (16-25, 25-21, 25-21 e 25-15).
Num balanço geral, no entanto, a temporada que agora se encerra para o clube brasileiro pode ser considerada vitoriosa, pois a partir de agosto de 2013, quando começa oficialmente o ano do vôlei, foram cinco títulos em seis torneios: o Cruzeiro foi campeão mundial em 2013; bicampeão sul-americano de 2014; bicampeão da Superliga; campeão da Copa do Brasil 2014 e tetracampeão mineiro.
A disputa da medalha de bronze colocava frente a frente a velha rivalidade entre Brasil, representado pelo Cruzeiro, e Argentina, com o UPCN. E as duas equipes fizeram um jogo espetacular. Quem pensava que seria um duelo morto, por não estarem numa final, enganou-se. O que se viu foi uma batalha emocionante e uma decisão no tie-break.
A partida mostrou a evolução do vôlei argentino, sobretudo com jogadores como Filardi, González e Garrocq. E os “hermanos” chegaram a fazer 2 a 0. Mas foi aí que houve a reação cruzeirense.
No papel, o time celeste é superior ao UPCN. Porém, no início da partida parecia que a luta pelo bronze não estimularia os atletas da equipe mineira. Na torcida, o ex-jogador Pelé, campeão pelo Minas, hoje vereador, dizia que da maneira como acontecera a derrota da véspera para o Belogorie, seria muito difícil o time do técnico Marcelo Méndez se recuperar. “Isso só acontecerá com muita superação”, previa.
Mesmo com a derrota, vieram os aplausos da torcida. Numa tentativa de encontrar razões para a queda em casa, o Cruzeiro buscou explicações no desgaste imposto pelo excesso de jogos. Como observou o técnico Marcelo Méndez, foi um dos times que mais atuaram na temporada: 58 partidas. O líbero Serginho foi além. “Jogamos duas temporada numa só.”
O levantador William reconheceu que o grupo estava cansado. “Mas isso não serve de desculpa”, afirmou. O ponteiro William apoiou suas palavras. “No final do segundo set, estava esgotado, mas continuei. Lutamos, brigamos, mas não deu. Nosso jogo não entrou. O desgaste era grande, a começar pelo fato de termos perdido na véspera, o que não esperávamos. Queríamos o título.”
Para os argentinos, motivo de festa. “É uma medalha muito importante para nós e para a Argentina. Até hoje, só dois bronzes em competições internacionais, mas da seleção. É a primeira de um clube. É como tirar uma espinha da garganta”, disse o técnico Fabián Armoa. Filardi, um dos jogadores que se destacaram nesse Mundial, era só sorrisos. “O bronze é tão importante como se fosse um ouro para nós e para o vôlei argentino”.
Entre os brasileiros da equipe argentina, o meio de rede Júnior destacou a importância de estar no pódio. “Eles não têm títulos. O vôlei lá precisa de resultados positivos. E é isso o que conseguimos aqui. Tenho certeza de que esse resultado, nosso nome, o de cada jogador que aqui esteve serão sempre lembrados. Estou na Argentina há cinco anos e essa é uma medalha histórica, em nosso segundo Mundial.”
Campeão A conquista do título pela equipe russa faz com que os quatro campeões olímpicos – Muserskiy, Khtey, Tetyukhin e Ilinykh – adicionem o Mundial a seus currículos. “Feliz, muito feliz por mais essa conquista”, dizia Muserskiy.
Já o capitão Khtey mostrava que a vitória não era só de uma equipe, mas de todo um país. “É uma conquista importante para a Rússia, principalmente porque o país ganha dois títulos importantes em seguida, esse e o de campeão olímpico.”
E tão logo terminou o jogo, os russos deixaram de lado a frieza que os marcou nos dias que estiveram em Belo Horizonte. Eles se abraçaram em festa e até o técnico Gennady Shipulin subiu com os jogadores no poste onde fica o banco da arbitragem.
Enquanto isso...
...Surpresa para o Dia das Mães
Dia das Mães, uma data em que todo filho gosta de presentear sua genitora. No entanto, no caso do ponteiro Leal, do Cruzeiro, o prêmio foi para ele. É que sua mãe, Silmara Idalgo, de 49 anos, chegou de surpresa a Belo Horizonte, para visitar o filho e passar o dia com ele. Aproveitou para acompanhar e torcer durante o Mundial. Chegou num momento difícil, quando o jogador se contundiu, uma torção no tornozelo, que ela ajudou a tratar e dar condições para que o filho estivesse em quadra. O jogador conta que sua mãe sempre lhe deu apoio para que estivesse em quadra. “Lembro que desde pequeno o negócio dele era com a bola. Só queria jogar. Com 12 anos já estava no time da escola. Com 18, chegou à Seleção de Cuba. Agora está longe, mas está bem aqui em Belo Horizonte. Vim visitá-lo e aproveitar para passar o Dia das Mães. Para mim, um presente.” (ID)
Brasil na final do MundiaL Feminino
Osasco e Kazan-RUS decidirão, hoje, às 15h15 (Sportv), o título do Campeonato Mundial de Clubes de Vôlei Feminino. Atual campeão, o time paulista tem a chance de tornar-se o primeiro bicampeão do torneio. Ontem, nas semifinais, o Osasco ganhou do Volero Zurich-SUI por 3 a 1 (21/25, 25/18, 25/16 e 25/20. Na outra semifinal, o Sesi-SP foi derrotado pelo Kazan, também por 3 a 1 (25/22, 27/29, 25/21 e 25/15), perdendo a chance de fazer a primeira decisão brasileira da competição. (ID)