Buenos Aires - A Câmara de Deputados debateu na quarta-feira o projecto de lei de lavagem de dólares impulsionado pelo governo que já foi aprovado pelo Senado e que busca recuperar divisas fora do sistema através de um mecanismo que permitirá investir no sector energético e no imobiliário.
"Esta lei é para mobilizar activos argentinos, seja em imóveis urbanos ou em investimentos em infraestrutura ou energia", disse o deputado governista Roberto Feletti, presidente da Comissão de Orçamento e Fazenda.
Segundo o vice-ministro da Economia, Axel Kicillof, na Argentina há cerca de 40 bilhões de dólares nas mãos de argentinos e as reservas em divisa norte-americana triplicam em paraísos fiscais.
O país sul-americano seria o país com a maior quantia de dólares per capita depois dos Estados Unidos, com 1.200 dólares, de acordo com Kicillof.
O governo anunciou o projecto no começo de Maio num momento de tensão cambial, com uma diferença de 100% entre a cotação do dólar oficial e o informal, que chegou a superar os 10 pesos por dólar.
Em sua exposição, os governistas rejeitaram as críticas ao projecto expressadas pela oposição, que sustenta que servirá para lavar dinheiro de origem criminosa.
A nova lei autorizará o Ministério da Economia e o Banco Central a emitir instrumentos financeiros, destinados ao sector energético e de construção e ao mercado imobiliário.
Poderão receber esse benefício toda pessoa física ou jurídica argentina, possuidora de moeda estrangeira ou divisas dentro ou fora do país.