60 MILHÕES DE TONELADAS
É a previsão para a safra de soja na Argentina, onde 95% da área cultivada já foram colhidas. O vizinho país, que plantou 20 milhões de hectares com a oleaginosa, é o terceiro maior produtor mundial, depois dos Estados Unidos e do Brasil.
CONTRA A PAREDE
Uma semana depois do anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2015/16, o setor cai na real e se vê mergulhado no pesado movimento de ajuste nas contas públicas.
SEM MOLEZA
Líderes lamentam: o dinheiro para financiar a próxima safra de verão será muito seletivo e a custos arrochados.
CONVERSA
O governo federal propagandeou um aumento de 20% na oferta geral de recursos, que totaliza R$ 187,7 bilhões. Quer ficar bonito na foto.
CARO
O problema é que grande parte dos recursos será ofertada aos produtores - acredite - a juros de mercado, que podem passar de 20%. Quem aguenta?
TEM MAIS
O dinheiro a ser emprestado ao setor a taxas subsidiadas ficou mais oneroso. Os juros médios subiram de 6,5% para 8,75%, ao ano.
ENGODO
"Praticamente todo o aumento no orçamento do Plano foi feito na parcela de juros livre, o que deve provocar um aumento na taxa média paga pelos produtores", pontua o gerente técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra.
VAI PESAR
"O aumento nos juros controlados aumenta ainda mais os custos de produção", avalia Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
PLANILHA
Estudos da Faep mostram que o produtor terá que desembolsar, em média, 15% a mais para semear a próxima safra, comparado com a temporada 2014/15.
NEM AÍ
Principal pilar da economia brasileira, o agronegócio terá uma travessia difícil nos próximos meses e o governo não hesita em colocar toda a sorte de obstáculos pelo caminho.
CÂMBIO
A esperança dos produtores é que o dólar dispare nos próximos meses, a exemplo do que já aconteceu na safra anterior. Só assim eles estariam relativamente protegidos.
EXPECTATIVA
Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,2 trilhão projetado para 2015, o agronegócio brasileiro acredita que se o dólar subir, o ano pode até ser positivo.
BALANÇA
No ano passado, as exportações do campo contabilizaram superávit comercial de US$ 80 bilhões, enquanto todos os demais setores da economia apresentaram déficit de US$ 84 bi.
DEMANDA
Os preços internacionais em dólar mais baixos, incentivando a demanda externa, e a desvalorização do real, concorrem para manter o atual ritmo de crescimento das exportações do complexo soja do País.
OTIMISTA
Para 2015, apesar do atual cenário econômico do País, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta mais uma temporada de crescimento das exportações brasileiras do complexo soja.
IMPORTANTE
A soja é o principal item da agricultura brasileira e o complexo desse produto desempenha papel relevante para a geração de empregos e renda pelo interior do País.
GRANDEZA
Dados da Abiove apontam que a soja é cultivada em 17 Estados por cerca de 250 mil produtores rurais.
INDÚSTRIA
O grão movimenta um parque industrial que produz farelo e óleo para uso doméstico e exportações, usados nas indústrias frigoríficas, de óleo refinado, gorduras vegetais, biodiesel e de outros itens de uso cotidiano.
MILHO
A soja também viabiliza a produção de milho em segunda safra e, no ano passado, foi responsável por 14% das exportações totais brasileiras.
PALESTRA
Na próxima terça-feira, o Fórum Nacional de Agronegócios CBN promove, em Maringá, palestra com o economista Alexandre Mendonça de Barros.
O evento será às 20 horas no Parque Internacional de Exposições Francisco
Feio Ribeiro.
CENÁRIO
Mendonça de Barros vai fazer uma análise da atual conjuntura do mercado de commodities agrícolas e projeções para o segundo semestre.