De Maradona a Van Basten: grandes craques nem sempre viram …

Zinedine Zidane encantou o mundo com a bola no pé, mas sua capacidade em ter o mesmo sucesso como técnico do Real Madrid é uma incógnita.

O ex-craque tentará se espelhar em Johan Cruyff e Franz Beckenbauer, que também fizeram história como treinadores, mas terá que evitar repetir o vexame de Diego Maradona e Marco Van Basten.

Diego Maradona: fiasco na Copa de 2010

El Pibe de Oro, que carregou a Argentina nas costas na conquista do título mundial de 1986, será para sempre considerado um Deus no seu país, mas sua passagem pela seleção alviceleste de 2008 a 2010 não deixou boas lembranças no torcedor.

O eterno camisa 10 ficou mais marcado pelo comportamento explosivo do que pela genialidade tática.

A empolgação de ver o ídolo comandar a seleção deu lugar às críticas pela incapacidade em aproveitar o craque Lionel Messi na equipe. Quando a Argentina acabou garantindo sua vaga para o Mundial da África do Sul, aos trancos e barrancos, Maradona esbanjou vulgaridade. "Àqueles que não acreditaram na gente, peço perdão às damas, que me chupem, e continuem chupando!" - disparou, em outubro de 2009, em entrevista coletiva, uma declaração que lhe valeu dois meses de suspensão pela Fifa.

Na África do Sul, Maradona foi ridicularizado por causa dos ternos 'justinhos' que usava na beira do gramado, e acabou saindo pela porta dos fundos ao ser goleado por 4 a 0 pela Alemanha nas quartas de final. Depois desta desilusão, o argentino cedeu ao apelo dos petrodólares ao treinar o Al Wasl, nos Emirados Árabes Unidos, uma opção de carreira que não contribuiu em nada para sua fama de treinador.

Johan Cruyff: a elegância como legado

Principal expoente do 'futebol total' do Carrossel holandês na década de 1970, o atacante exportou seu talento para a Catalunha, onde marcou o Barcelona tanto como jogador quanto como treinador.

A carreira de técnico começou em 1985, em outro ex-clube, o Ajax, com bastante sucesso, pela conquista do campeonato holandês, da Recopa europeia e de duas copas nacionais. Mas foi com o Barça que Cruyff deixou seu maior legado. Com seu 'Dream Team', que contou com craques como Romário e Stoichkov, o holandês deu ao clube catalão sua primeira Liga dos Campeões, em 1992 e impôs o estilo de jogo 'Tiki-Taka', que virou marca registrada do Barça.

Um dos jogadores mais emblemáticos da época, Josep Guardiola, resgatou a filosofia de jogo de 2008 a 2012, na fase mais vitoriosa da história do clube.

Franz Beckenbauer: Tri histórico

Em 1990, o 'Kaiser' imitou Zagallo para se tornar o segundo jogador da história a se sagrar campeão mundial também como treinador. Depois de ser o capitão na conquista do segundo título da 'Nationalmannschaft', em 1974, Beckenbauer conquistou o tri num momento simbólico, quando a Alemanha estava em processo de reunificação, depois da queda do muro de Berlim.

Como atleta, o ídolo do Bayern de Munique revolucionou a posição de zagueiro, ao participar ativamente da fase ofensiva. Como treinador, ele impôs sua autoridade, tanto no time bávaro quanto na seleção.

Curiosamente, seu maior fracasso foi justamente logo depois do auge de sua carreira de técnico. Em 1990, depois do tricampeonato, Beckenbauer foi contratado pelo Olympique de Marselha, mas acabou deixando o cargo depois de apenas quatro meses.

Michel Platini: balanço contrastado

Apenas uma ano depois de pendurar as chuteiras, o craque dos 'Bleus' assumiu o comando da seleção francesa, em 1988, depois da demissão de Henri Michel, que não resistiu ao tropeço diante de Chipre (1-1) nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1990. 'Platoche' não conseguiu o milagre de classificar a França para o Mundial italiano, mas em seguida garantiu a classificação para a Eurocopa-1992 com 100% de aproveitamento. Os franceses chegaram à Suécia como favoritos, mas acabaram eliminados na primeira fase, encerrando de forma amarga a curta trajetória de Platini como treinador.

Marco Van Basten: fracasso total

Como Cruyff, o holandês conquistou três vezes a Bola de Ouro, mas sua carreira de treinador, por enquanto, está longe de ter o mesmo brilho. Técnico da seleção holandesa de 2004 a 2008, o ex-atacante do Milan viu a 'Laranja Mecânica' ser eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006 e nas quartas da Eurocopa-2008.

Van Basten também fracassou no comando de clubes, como Ajax (2008-09) e Heerenveen (2012-2014). De volta à seleção, como auxiliar de Danny Blind, ele não pôde evitar o vexame da não classificação para a Euro-2016.

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