Cidade do Panamá, 11 abr (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu “sinceridade” neste sábado aos líderes reunidos na VII Cúpula das Américas para discutir os problemas da região e criticou o discurso pronunciado pouco antes pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Cristina, que tomou a palavra durante mais de 20 minutos apesar do pedido do anfitrião panamenho, o presidente Juan Carlos Varela, de limitar os discursos previstos em oito minutos, reconheceu que era difícil falar imediatamente depois do histórico discurso pronunciado por Raúl Castro.
A presidente argentina assinalou que “o verdadeiro triunfo da revolução cubana é estar presente” na VII Cúpula das Américas, o que foi possível graças aos “60 anos” de luta com “dignidade sem precedentes” do país caribenho.
A presidente peronista disse que a decisão de Obama de iniciar o processo de normalização com Cuba “é uma atitude positiva e estamos muito contentes de vir a esta cúpula para presenciar este fato histórico do triunfo da revolução”.
Porém, em seguida, Crsitina criticou a decisão de Obama de impor sanções à Venezuela após declarar a nação sul-americana como “uma ameaça”.
“Quando escutei a notícia, pensei que era um erro”, disse a presidente, acrescentando que essa decisão “se aproxima do ridículo”.
“Como se pode conceber que a maior potência do mundo possa considerar a Venezuela uma ameaça?”, se perguntou, para depois comparar a situação com a declaração do Reino Unido de que a Argentina representa uma ameaça por suas reivindicações sobre as Ilhas Malvinas.
“É uma injustiça e uma pena”, continuou, pedindo “junto aos demais países irmãos que esse decreto seja deixado de lado”.
Cristina também alfinetou Obama por reforçar em seu discurso que era o momento de superar o passado e assinalou que, embora agora as “interferências” militares americanas na região sejam parte da história, “surgiram novas formas mais sutis de intervenção e influência de nossos governos”.
A presidente argentina disse que estes “golpes suaves” utilizam “meios maciços de comunicação, multinacionais, denúncias falsas, associações caprichosas de Estados com outros Estados. São mais sutis, mais sofisticadas, mas não deixam de ser intervenções”. EFE
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