Cristina refletiu sobre a tendência do século 21 de seguir a formação de blocos, "o século 21 será caracterizado pela formação de blocos e nossa região é particularmente favorecida por recursos naturais sem precedentes: água, reservas capacidade de gás para produzir alimento que excede a necessidade populacional. No entanto, existe a desigualdade, o brecha entre os que têm mais e os que têm menos", disse ela.
Cristina afirmou que o primeiro desafio da Celac “é construir uma agenda que deixe de lado a burocracia, que nos converta em um organismo multilateral, no qual todos tenha capacidade de decisão”. A mandatária insistiu na ideia de que “somos todos iguais e somos obrigados a cumprir as mesmas responsabilidades”, referindo-se aos países da região.
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Cristina lembrou o que aconteceu na reunião privada e mencionou que um dos presidentes falou na criação de um espaço institucional dedicado a servir a integração em cada país, "acredito que devemos fazê-lo, pois o tempo se esgota”.
Cristina alertou para a relação dos membros da Celac com outros blocos mundiais, “sem levar em conta os bons e os maus”. A presidenta da Argentina destacou a necessidade de converter as economias primárias da América Latina e do Caribe em economias de valor agregado, "porque, do contrário, estaremos construindo uma segunda unidade, talvez menos perceptível". Assinalou, por fim, que a integração devia acontecer em nível político, comercial, educativo e migratório.
A chefe de Estado agradeceu a todos por apoiar o seu país "na luta contra uma das mais recentes formas de colonialismo" e pediu que o Reino Unido a cumpra "como tantas resoluções” pela soberania da Argentina sobre o Ilhas Malvinas. Ela lembrou que a questão é um problema relacionado à desmilitarização.
No final de sua intervenção, Cristina contou uma experiência relacionada com o ícone latino-americano Ernesto Che Guevara: "Eu quero dizer que estar aqui para a Argentina é um pouco diferente. Quando alguém visita a Praça da Revolução, vê o enorme edifício com a imagem de Che Guevara que não é argentino ou cubano, é um ícone universal. Ontem eu podia ver, no Hotel Nacional, onde estou alojada, um calendário com uma imagem muito desbotada de Che Guevara”. Ela disse que, quando viu a imagem de Che, “em nome dele e de outros latino-americanos que lutaram pela independência, sentiu que o homem só será livre quando tiver casa, quando tiver educação, quando tiver a liberdade de mover-se”. Para isso, "a integração deve ser uma política de Estado em cada um dos nossos países", concluiu.
Théa Rodrigues, da redação do Vermelho
Com informações do site oficial da Celac