Cristina Kirchner critica dupla moral sobre armas químicas

A presidenta, ao tratar da questão da Síria, reiterou a defesa de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU que, cujo “funcionamento data do pós-guerra” e reforçou o que outros líderes já haviam sustentado de que “o direito de veto se transforma em um obstáculo” e propôs que as decisões sejam tomadas por consenso, como acontece nos organismos latino-americanos como a Unasul e o Mercosul.

Ironizando, questionou: me parece estranho que se deram conta de que havia um conflito na Síria somente no dia 21 de agosto, quando a guerra civil já tinha dois anos e meio e mais de 150 mil mortos. Lembrou também seu discurso na Cúpula do G-20 quando afirmou que não via distinção entre as mortes causadas por armas convencionais e químicas. E mencionou as bombas atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki e o uso de napalm no Vietnã. “Não há guerras justas, somente a paz é justa”.

A dupla moral de alguns países foi outro ponto criticado: “o Reino Unido militariza o Atlântico Sul enviando submarinos nucleares”, em referência às ações realizadas pelos britânicos nas Ilhas Malvinas, e ao mesmo tempo “critica os países que desenvolvem armas nucleares”.

Tratando diretamente de questões nacionais, a mandatária pediu ao presidente do Irã, Hassan Rohani, defina o memorando de entendimento para esclarecer o atentado à Amia (Asociación Mutual Israelita Argentina) – quando em 1994 um carro bomba explodiu deixando 85 pessoas mortas e 300 feridas: “Que não se confunda nossa paciência com ingenuidade ou estupidez. Acho já passou um tempo mais do que suficiente, queremos respostas".

Outro tema pautado por ela foi a questão dos fundos podres que será julgada a partir de segunda (30) nos Estados Unidos. Lembrou que desde 2005 a Argentina pagou cada um dos vencimentos de sua dívida e mencionou os juros de “mais de 1300%” que os investidores pretendem obter de fundos que obtiveram “a preço de lixo”. “Querem cobrar a totalidade, o valor nominal do título, sem nenhum prazo, desconto, nada”.

E concluiu: “Hoje os milhões de argentinos que recuperaram o trabalho, que voltaram a ter esperanças e ilusões, tampouco têm que pagar a festa dos lobistas”.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Silva

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