'Senna' e 'Romário' unidos pelo hexa (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
Enquanto argentinos, chilenos e outros sul-americanos viajaram milhares de quilômetros em ônibus e trailers para vir à Copa no Brasil, cariocas fazem a festa sobre rodas dentro de casa. A bordo de uma Kombi 1973, um grupo de amigos circula pelas ruas da Zona Sul desde domingo (15), quando o veículo deixou a oficina de cara nova, toda estilizada em verde e amarelo.
Os passeios são apenas um pretexto para desfilar pela cidade antes de estacionar a arquibancada móvel no Leblon para, juntos, verem os jogos. Após um bem sucedido “evento-teste” na vitória da Argentina sobre a Bósnia, nesta terça (17) os torcedores da #kombidakopa – como foi batizada para facilitar o envio de fotos – voltaram às ruas quatro horas antes de a bola rolar em Fortaleza. Com presença de “Romário” e “Senna”, com direito ao "Tema da vitória", a orla virou palco de uma cena de carnaval fora de época.
Rua do Leblon ficou cheia durante o jogo (Foto: Marcello Cavalcanti / Arquivo pessoal)
Estacionamento no Leblon virou arquibancada e a Kombi, o palco (Foto: Daniel Penteado / Arquivo pessoal)
Após o giro, o grupo voltou ao Leblon, para ver a partida contra o México, em um estacionamento na rua. Dono do veículo, o empresário Andres Mora, 34 anos, gastou R$ 1 mil para pintar e envelopar o carro, com o custo devidamente dividido entre os amigos. O designer Marcello Cavalcanti, também 34 anos, entrou com a TV, adereços e bandeiras. O administrador Christian Dreyer, 30, colaborou com antena digital, bateria e cabos. O também designer e chef André Carreira, 32, ofereceu o isopor e cadeiras de praia. Cada um ajuda como pode. Tudo coletivo, menos a cerveja, claro. Aí é cada um por si.
Kombi fez sucesso na orla do Rio (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
Marcello se vestiu de Romário, com a réplica da taça da Copa do Mundo nas mãos, em fantasia que ele jura ter sido sucesso no carnaval de 2012. “O bordão ‘beija a taça, beija o Romário’ deu muito certo”, brinca o hoje comportado namorado da também torcedora Camila Lima.
'Time' faz pose para a foto (Foto: Marcello
Cavalcanti / Arquivo pessoal)
O outro homenageado foi Ayrton Senna, morto há 20 anos. Morador de Miami, o carioca e advogado Fábio Gabry, 33 anos, vestiu macacão vermelho e capacete do piloto para destilar animação durante a Copa no Brasil. Juntos, “Senna” e “Romário” deram entrevistas e tiraram dezenas de fotos na abertura do Mundial e estreia do Brasil, em São Paulo, no dia 12. Com discurso de atleta, agradeceu até à entidade máxima do futebol.
"Vim buscar o hexa e rever o povo brasileiro, afinal há mais de 20 anos eu nao via vocês. Estaá tudo lindo, a Copa esta demais! Obrigado à Fifa e ao Julio Avellar por organizar este evento incrível", disse Gabry.
Para os menos carnavalescos, o uniforme do grupo é uma versão da camisa da seleção criada pelo coletivo de design Pinzon 17 e distribuída para mais de 100 amigos, muitos deles com presença garantida na torcida nesta terça-feira. "Vem pra rua, vem torcer com a gente", convoca Andres.
No domingo, 'evento-teste' no Leblon foi secando a Argentina contra a Bósnia (Foto: Marcello Cavalcanti / Arquivo pessoal)