O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, proibiu as cadeias de supermercados de anunciarem nos jornais de circulação nacional, assim como nas TVs e nas rádios. A medida visa reforçar o congelamento de preços pretendido pelo governo e pelas cadeias, a vigorar até o dia 1º de abril.
A decisão foi tomada depois de a Argentina ser repreendida pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), que ameaça tirar o país do organismo caso este não torne suas estatísticas mais confiáveis e transparentes. O Indec (IBGE argentino) divulga um índice de inflação (10%) muito abaixo do que estimam as consultorias privadas (25% a 30%).
A Federação Argentina de Supermercados (FAS) disse que há risco de desabastecimento, pois as lojas podem reter produtos esperando poder aumenta-los em abril.
Ontem, 6, o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, responsável pela retomada da economia argentina nos anos 2000, criticou as tentativas do governo de impedir aumentos. "Trata-se de gerar uma sensação de estabilidade por dois meses de tal maneira que as negociações salariais fechem em 20%. Em abril, os preços voltam a ajustar-se, mas dirão aos sindicados que não poderão mais pedir aumentos", afirmou.
Por outro lado, na noite de terça-feira, 5, o Congresso aprovou um aumento de 21% a deputados e senadores, acima do que vem propondo aos sindicatos. Os grêmios opositores se manifestaram em protesto e anunciaram que, em março, realizarão marchas contra as medidas do governo.