Brasília, DF, 13 de Maio de 2013 - Entraves logísticos obrigarão o governo federal a receber milho argentino nas compras feitas por meio de leilão para atender os criadores de gado afetados pela seca. Isso porque a trading que arrematou um lote de 20 mil toneladas de milho não conseguirá originar o produto de seu estoque no País, tendo de ir buscar o cereal na Argentina.
É uma ironia, tendo em vista a situação de ampla oferta de milho no mercado interno, o que leva produtores brasileiros a pressionar por medidas de apoio ao escoamento da safra recorde do cereal, já que falta espaço nos armazéns no Centro-Oeste e há risco de os grãos serem estocados a céu aberto.
O lote de 20 mil toneladas de milho argentino, que serão entregues no porto de Salvador, foi a primeira compra feita pelo governo por meio dos leilões realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Ao todo serão compradas 103 mil toneladas de milho para atender pequenos criadores que sofrem com a seca prolongada. O cereal será doado aos governos estaduais, que serão responsáveis pelo ensacamento, transporte e distribuição nos municípios atingidos pela seca.
No leilão da semana passada, o governo conseguiu comprar mais dois lotes com prazos mais alongados para entrega: 30 mil toneladas do Paraná para desembarque no Ceará e outras 25 mil que irão de Mato Grosso para Pernambuco. As 75 mil toneladas compradas até agora custarão R$ 43,85 milhões. O governo procura interessados em vender 28 mil de toneladas de milho para descarga nos portos da Paraíba e Rio Grande do Norte.