Caracas, 28 fev (Lusa) - O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, anunciou quinta-feira ter solicitado à União de Nações da América do Sul (Unasul) a realização de uma reunião extraordinária para debater sobre a situação atual no seu país.
"Estamos a convocar, e contamos com o apoio do Governo argentino, uma reunião da Unasul para debater a agressão e a ameaça latente à democracia venezuelana", disse.
Elías Jaua falava em Buenos Aires após um encontro com a Presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner.
O ministro admitiu que na Venezuela "existem problemas e descontentamento" nos cidadãos, mas sublinhou que "essa não é a causa da violência".
"Os protestos têm natureza política, de gente que não aceita a vontade popular. Pretende-se a saída de um Presidente que está a promover o diálogo com todos os setores da sociedade", frisou.
Para Elías Jaua ficou demonstrado, na mesa de diálogo impulsada pelo Governo de Nicolás Maduro, que os venezuelanos "podem sentar-se para dialogar, para chegar a um acordo em questões políticas fundamentais e sobre os problemas que afetam a sociedade".
Desde 12 de fevereiro que que opositores do Governo venezuelano realizam manifestações diárias nas ruas, que incluem o bloqueio de algumas estradas do país.
Pelo menos 14 pessoas faleceram, dezenas ficaram feridas e mais de 500 foram detidas durante os protestos.
Quarta-feira o Presidente Nicolás Maduro atribuiu a morte de "mais de 50" cidadãos à violência e às barricadas que impediram as pessoas de receber atenção médica, em diferentes localidades.
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