Candidatos votam na Argentina; Macri diz que estarão todos juntos

O oposicionista Mauricio Macri chega para votar

BUENOS AIRES  -  Maurício Macri costuma fazer o estilo apaziguador e amigável quando vota. A distribuição de "medialunas", como são chamados os croissants na Argentina, marcou os dias de votação do candidato de oposição durante a eleição presidencial argentina deste ano. A quantidade de doces que ele carregou para a escola onde vota, em Palermo, foi, claro, insuficiente para fiscais e todos os jornalistas que o cercaram na manhã deste domingo.

O candidato que sonha marcar o fim do ciclo kirchenerista com uma proposta de governo mais voltada ao neoliberalismo disse estar tranquilo e feliz. Mas quase não conseguiu responder às perguntas em razão do tumulto que se formou no local. "Aconteça o que acontecer amanhã estaremos todos juntos", afirmou. Ele disse que pretendia jogar futebol ainda na tarde de domingo, antes do encerramento da eleição.

Se as urnas confirmarem as últimas pesquisas de intenção de voto Macri ganhará a eleição. Dependendo das sondagens, a margem de vantagem do oposicionista variou de oito a até 15 pontos de diferença. A grande dúvida é qual será a escolha hoje dos 11% dos eleitores que, em média, declararam estar em dúvida quando foram entrevistados pelos institutos de pesquisa.

AP Photo/Victor R. CaivanoDaniel Scioli, da situação, na urna com sua filha Lorena

O governista Daniel Scioli, que venceu o primeiro turno com vantagem de três pontos, também votou pela manhã. "Hoje vai ganhar o povo, tenho muita fé e confiança", disse. O candidato aproveitou os últimos momentos de exposição antes do encerramento da votação para pedir aos eleitores que "pensem em seu salário e em seu trabalho" na hora de escolher entre ele e seu rival. "Agora, como diz o tango, ficamos mano a mano", disse.

Num clima mais tranquilo que os candidatos, com menos jornalistas em volta, a presidente Cristina Kirchner também votou pela manhã em sua cidade natal, Rio Gallegos, na província de Santa Cruz, no extremo sul do país. Ela deu uma longa entrevista.

Cristina lembrou os crimes na ditadura, falou do Mercosul, do cinema argentino e disse estar feliz por assistir a um momento histórico: "Nunca se votou nesse país num clima como o de hoje, com baixo desemprego e desenvolvimento quando o mundo está em recessão, e em paz quando o mundo está em clima de enfrentamento. Hoje é um dia muito importante", destacou a presidente que deixará a Casa Rosada em 10 de dezembro depois de oito anos no poder.

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