O Brasil não fez um bom primeiro tempo e foi para o intervalo em desvantagem, mas melhorou na etapa final e conseguiu buscar o empate em 1 a 1 contra a Argentina no Estádio Monumental de Núñez. O jogo, válido pela terceira rodada das Eliminatórias para Copa do Mundo 2018, adiado de quinta para sexta-feira por causa das fortes chuvas em Buenos Aires, estava cercado pela volta de Neymar ao time brasileiro após a suspensão sofrida ainda durante a Copa América e pela Seleção Argentina estar sem alguns dos seus principais jogadores, entre eles o meia Messi.
Rafael Ribeiro/CBF
Neymar voltou a vestir a camisa 10 do Brasil, mas teve atuação apagada
O jogo começou com a notícia dos atentados em Paris que deixou mais de 150 mortos e o árbitro paraguaio Antonio Arias pediu um minuto de silêncio aos jogadores antes do início. A homenagem deixou o Monumental de Núñez em completo silêncio. Com a bola rolando, a Argentina surpreendeu a Seleção Brasileira e chegou ao ataque com apenas um minuto. Lavezzi arriscou o chute da ponta direita e exigiu boa defesa do goleiro Alisson. Higuaín demorou a se posicionar na sequência do lance e não conseguiu concluir ao gol.
A Argentina seguiu dominando a partida nos minutos que se seguiram. Com uma trinca de volantes no meio-campo, os hermanos neutralizavam todas as subidas brasileiras à frente e impediam Neymar de encostar na bola. O nó tático do técnico Tata Martino em Dunga ficava ainda mais evidente por conta da grande atuação de Di María.
Aos 33 minutos, o atacante do Paris Saint-Germain lançou Higuaín em velocidade e nas costas de Fillipe Luís. O atleta foi até a linha de fundo e cruzou de forma precisa para Lavezzi concluir a gol. O jogador apareceu no meio de David Luiz e Daniel Alves e não encontrou dificuldades para superar Alisson. A Seleção, desorganizada e sofrendo para avançar com a bola no chão, finalizou pela primeira vez aos 40 minutos de jogo. David Luiz subiu em cobrança de falta de Willian e cabeceou por cima do gol de Romero.
A persistência da apatia brasileira fez com que Dunga mudasse o esquema tático por completo no segundo tempo. Aos 11 minutos, o técnico tirou o atacante Ricardo Oliveira para a entrada de Douglas Costa. Em seu primeiro lance no jogo, o meia do Bayern de Munique recebeu a bola na área e cabeceou no travessão. O rebote caiu nos pés de Lucas Lima, que acertou um chute de primeira para deixar tudo igual aos 12 minutos.
Com as forças reequilibradas, o Brasil trabalhou melhor a bola e conseguiu levar perigo aos 28 minutos. Willian deu um belo elástico no marcador, mas chutou em cima da defesa e só ganhou o escanteio. A Argentina, contudo, não se deixou abater e quase marcou o segundo aos 32. Higuaín apareceu novamente no meio da zaga e por pouco não acertou o chute. Aos 41, o zagueiro Otamendi cabeceou próximo à meta de Alisson.
A Seleção voltaria a passar por apuros nos minutos finais da partida após o zagueiro David Luiz receber o cartão vermelho, aos 43. O jogador cometeu duas faltas duras em dois minutos e foi mais cedo para o vestiário por conta do acúmulo de amarelos. Nos acréscimos, discussões e catimba por parte das duas equipes deram trabalho para a arbitragem. Já os goleiros não voltaram a ser incomodados até o apito final do clássico.
Nos outros jogos da rodada, a Bolívia venceu a Venezuela por 4 a 2, Equador fez 2 a 1 no Uruguai e é o único com 100% de aproveitamento, já que o Chile ficou no empate em 1 a 1 com a Colômbia. Já o Peru venceu o Paraguai por 1 a 0 e conquistou os primeiros pontos.
Equador com nove pontos, Chile com sete, Uruguai com seis e Brasil com quatro estão na zona de classificação. Também com quatro pontos, o Paraguai está em quinto, na repescagem. Colômbia com quatro, Peru e Bolívia com três, Argentina com dois e Venezuela, sem pontuar, completam a lista.