Brasil prepara plano anti-Scola, algoz recente e "coração do time …

Parar Luis Scola. Esse é o antídoto brasileiro para vencer
pela primeira vez no século a Argentina nos quarto confrontos eliminatórios entre as
seleções. Carrasco brasileiro em outras ocasiões, o pivô chegou ao seu auge no
duelo de quatro anos atrás pelo Mundial da Turquia, quando anotou 37 pontos e
pegou nove rebotes. Na Olimpíadas, em 2012, também foi o cestinha do seu time
com 17 pontos, assim como na final da Copa América de 2011, ao anotar 32. Sem
Manu Ginobili e Carlos Delfino, duas das estrelas desta geração dos hermanos, a tendência é
de que o jogo deste domingo, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, seja mais direcionado no segundo maior cestinha da competição.

O aprendizado de encontros anteriores faz o Brasil se precaver do veneno argentino e armar seu ferrolho no garrafão para
evitar os tradicionais e eficientes picks ‘n’ rolls do algoz. Uma defesa
especial foi treinada para não deixar o craque atuar com liberdade na quadra do Palacio de Deportes de la Comunidad de Madri. 

- É um jogador que tem um volume de jogo muito grande. Temos
que ter uma atenção especial, pois terão muitas bolas nas mãos dele. A gente
vem treinando isso e não será só um cara que vai marcá-lo. Vamos ter que fazer
uma defesa especial em cima dele, mas estamos preparados para esse jogo e vai
dar tudo certo – disse Anderson Varejão, um dos responsáveis diretos por
anulá-lo.

Varejão em treino no Palacio de Deportes de Madri. Ele será um dos responsáveis em segurar Luis Scola (Foto: Fabio Leme)Varejão em treino no Palacio de Deportes de Madri. Ele será um dos responsáveis em segurar Luis Scola
(Foto: Fabio Leme)

Acostumado a jogar contra Scola na NBA, Nenê encarou o rival
há pouco tempo pelas semifinais da Conferência Leste, quando os Wizards jogaram
com os Pacers. Se existe a ideia de que Varejão é quem deve marcá-lo pelo
posicionamento em quadra, o camisa 13 garante que sabe o caminho das pedras.  

- É um puro talento, mas que tem usado a vantagem dos
espaços. Enquanto os pivôs estão ajudando o armador, ele tem feito o pick (pick
‘n’ roll) e sido eficiente lá fora. Mas fechando esse espaço, ele terá
complicação e nós sabemos marcá-lo. Temos que estar em cima dele, pois é o
coração e a cabeça do time, é o cara que tem levado a energia pro time, passado
a bola e sendo o cestinha do campeonato. Temos que pará-lo, e as coisas melhoram
um pouco mais – analisou Nenê.

Além de anular Scola, a ideia é ser eficiente nos ataques. Segundo o ala Marquinhos, ter um bom aproveitamento nos tiros de quadra pesará para o Brasil avançar às quartas, onde pegaria o vencedor de
Grécia e Sérvia.

- Jogador diferenciado. O time procura ele muito, pois tem
um percentual de arremesso muito bom na seleção. Uma das chaves para a gente
ganhar a partida, é fazer uma boa defesa nele, mas precisamos ter um bom aproveitamento na frente, acertar arremessos e lances livres, que temos pecado – disse Marquinhos.

Nenê, de costas, e Hettsheimeir, à esquerda, também fazem parte do pacote anti-Scola (Foto: Fabio Leme)Nenê, de costas, e Hettsheimeir, à esquerda, também fazem parte do pacote "anti-Scola" (Foto: Fabio Leme)

Presente em todos esses embates recentes entre Brasil e Argentina, o
experiente Marcelinho Machado, de 39 anos, enaltece as qualidades do carrasco
brasileiro nos últimos torneios, mas faz questão de destacar o poderio de toda
a Argentina.

- É a principal força de ataque deles, mas mostraram dentro desse campeonato que têm outros jogadores que podem ter essa
função, dependendo da forma que o jogo se apresenta. Lógico que teremos uma
atenção especial sobre o Scola, mas de olho em todo mundo – ressaltou Marcelinho.

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scola diz gostar deste tipo de jogo

Ídolo na Argentina e temido no Brasil, Luis Scola é o mais
assediado entre os jornalistas de seu país nos treinamentos da seleção. Tranquilo e com postura de líder,
assume sua responsabilidade de conduzir um elenco rejuvenecido, mas evita
apontar favoritos ou fazer prognósticos. Acostumado a brilhar no clássico
sul-americano, ele afirma que não tem gosto especial jogar e ganhar do Brasil.
O que o motiva é o “tamanho” do jogo.

- Gosto de jogar contra o Brasil porque é uma grande equipe
e porque sempre fazemos partidas importantes. Não gosto de jogar
especificamente contra o Brasil, gosto de jogar contra qualquer equipe
importante, em torneios importantes. Vejo que chegamos em condições iguais nesta partida - salientou.

Luis Scola faz trabalho para região lombar em treino da Argentina (Foto: Fabio Leme)Luis Scola faz trabalho para região lombar em treino da Argentina (Foto: Fabio Leme)

Luifa, como é conhecido na Argentina, apontou um bom ou mau começo de
jogo como preponderante para o resultado final.

- Uma arrancada no começo vale muito para a gente, mas quase
tanto como uma ruim. É muito difícil se recuperar no placar em uma partida como
essa. Não acredito que isso vá acontecer para qualquer um dos lados, penso
que será um jogo travado, marcado e resolvido no fim – falou. 

O Palacio de los Deportes de la Comunidad de Madri receberá
o maior clássico sul-americano e um dos maiores mundiais, neste domingo, às 17h
(Brasília). A partida será transmitida pelo SporTV e com cobertura em Tempo
Real do GloboEsporte.com. Os assinantes do Canal Campeão também podem assistir
ao jogão pelo SporTV Play.

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