Brasil de 78, injustiçado – Tribuna do Norte

Everaldo Lopes [e_lopes@tribunadonorte.com.br]

Trinta e seis anos depois, poucos estão lembrados da equipe brasileira treinada pelo saudoso professor Cláudio Coutinho. Foi no Mundial da Argentina, com a seleção portenha promotora e campeã, apesar do gostinho amargo de dois lances decisivos: o primeiro, quando aconteceram algumas facilidades para que os hermanos argentinos fossem beneficiados, e o gol de Zico, legítimo, claro, limpo, anulado pelo árbitro sob alegação  de que, na cobrança do escanteio o cronômetro  apontava final de jogo, isto é, entre a cobrança e a cabeçada de Zico, os ponteiros indicavam o final da partida. E, assim, aconteceu algo extraordinário: a seleção  voltava  para o  Brasil, invicta mas em 3º lugar, a Argentina, anfitriã, campeã mundial. Para a turma que guarda recordações  daquele Mundial, aqui vão os números do time brasileiro:  Brasil 1x1 Suécia, gol de Reinaldo (do Atlético Mineiro), Brasil 0x0 Espanha, Brasil 1x0 Áustria, gol de Roberto Dinamite, Brasil 3x0 Peru, gols de Dirceu (2) e Zico, Brasil 0x0 Argentina, Brasil 3x1 Polônia, gols de Roberto Dinamite (2) e Nelinho e Brasil 2x1 Itália, gols de   Nelinho e Dirceu. O Brasil voltava sem derrota, a Argentina campeã pela primeira vez. Ficaram os comentários negativos, de que o goleiro Zamora, do Peru, deixara passar a quantidade de gols que os argentinos necessitavam para obter a classificação, sem negar que o time era mesmo talentoso. A formação-base do time  brasileiro foi este: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto, Batista, Cerezzo e Rivelino, Gil, Jorge Mendonça e Roberto Dinamite. 

Cena cômica
No jogo Santa Cruz da Serra x Itaquelópolis, disputado no interior do Piauí, o goleiro Lindolfo fez uma defesa extraordinária, mas havia algo mais que atrapalhou a jogada. É que, ao defender um chute de fora da área, Lindolfo deu um grito “deixa  comigo!”, e aí a chapa dentária voou longe. Em vez de tentar segurar a bola, Lindolfo preferiu garantir a prótese, no que o atacante aproveitou para assinalar  o gol da vitória do visitante, enquanto Lindó (seu apelido) ficou com a chapa na mão...

Cena (2)
Todo mundo na localidade sabe que o zagueiro do Araçatuba, Marcos Timbó tem um dos chutes mais fortes da localidade. Quando vai cobrar um pênalti ou infração próxima à área, o goleiro fica gritando pedindo barreira, como forma de escapar do tirambaço de Marcos Timbó. Porém, dessa fez foi de arrepiar. Na cobrança de uma penalidade máxima, Timbó chutou com tamanha violência, a bola foi pra fora mas uma bezerra que, inocentemente comia uma graminha, foi atingida em cheio pelo chute de Timbó. Morreu na hora...

Promoção na Arena
Quem diria, o jogo que vai decidir qual o campeão potiguar da temporada – reunindo América de Natal  x Globo/Ceará-Mirim terá ingresso mais barato de que América contra qualquer outro clube, no Nazarenão, quando  o ingresso inteiro custou R$ 40,00. A promoção para a decisão do título tem o América FC  como mandante. A meia-entrada – para estudante, idoso, a entrada para o portador de necessidades especiais, etc vai custar R$ 10,00.

O dia da caça
Como os clubes chamados grandes no futebol  brasileiro, já não têm a força e o poderio dos anos passados, as vitórias surpreendentes dos dias atuais já são causam mais surpresa. Num passado distante, os chamados grandes do Sul/ Sudeste faziam excursões pelo Norte e Nordeste, geralmente jogando nos sábados e domingos para reduzir os custos, sempre retornavam invictos. No máximo, deixavam um ou outro empate perdido.

O dia da caça (2)
Por isso, a vitória, quarta-feira,  do CRB sobre o São Paulo, jogo da Copa do Brasil, foi recebida com naturalidade, coisa corriqueira. Depois que o Ituano foi campeão paulista/2014, esse tipo de resultado é recebido com naturalidade. Quando o Santos jogou em Natal, em 1972, goleou o América/RN por 6x0.

O dia (3)
Não faz muito tempo, o América/RN foi à Vila Belmiro e derrotou o Santos por 3x2, com o detalhe dos três gols terem sido assinalados por  um zagueiro americano. Em 2005, o Baraúnas foi a São Januário e goleou o Vasco por 3x0, três gols de Cícero Ramalho. Hoje, já não há um único time brasileiro, mesmo dos grandes, que não tenha sido derrotado por um clube do Nordeste.

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