Bola de Ouro O ano de Lionel Messi

Por Gaspar Castro sapodesporto@sapo.pt

Foi um ano de altos e baixos, mas Lionel Messi não perdeu o seu instinto goleador. Destinado a figurar no lote de melhores da história, Messi é um dos três finalistas à Bola de Ouro, que será anunciada na segunda-feira.

O avançado do Barcelona, que foi vice-campeão mundial pela Argentina, já conquistou o prémio em quatro ocasiões consecutivas. Apenas Cristiano Ronaldo, na última edição, conseguiu interromper a série de sonho de "La Pulga".

Janeiro: a recuperação

Depois de uma paragem de 54 dias, "La Pulga" começou o ano com um regresso triunfante aos trabalhos do Barcelona, primeiro levando mais de 13 mil adeptos a um treino e de seguida "bisando" no duelo com o Getafe, mesmo tendo entrado apenas no segundo tempo.

O dia 13 seria de desilusão para o argentino, que perdeu a Bola de Ouro para o português Cristiano Ronaldo, mas três dias depois Messi voltou a "bisar", novamente diante do Getafe.

Seguiram-se duelos "em branco" para Messi, numa altura em que ganhavam força os rumores de uma possível saída no final da temporada.


Fevereiro: da desilusão aos recordes

O segundo mês do ano começou da pior forma para Lionel Messi, que não conseguiu ajudar a sua equipa a evitar a derrota na receção ao Valência. As exibições menos conseguidas ecoavam de forma clara na imprensa espanhola.

Ainda assim, e mesmo numa fase menos exuberante, Messi conseguiu manter o hábito de fazer história, primeiro ultrapassando Telmo Zarra como máximo goleador de um único clube espanhol e depois igualando os golos apontados por Raúl na Liga.

Na Liga dos Campeões, o argentino ajudou o Barcelona a dar um passo de gigante rumo aos quartos-de-final, ao apontar o primeiro de dois golos diante do Manchester City na primeira mão dos "oitavos".


Março: muitos golos e um "Clássico louco"

A passagem aos quartos-de-final da "Champions" teria mesmo "selo Messi", já que o argentino voltou a marcar na segunda mão contra os "citizens", aproveitando um erro de Lescott para picar a bola sobre Joe Hart.

Golos na Europa e golos em Espanha: muitos golos, aliás. No dia 16, frente ao Osasuna, foram três, fazendo de Messi o melhor marcador da história do Barcelona.

No "Clássico louco" do dia 23, Messi foi estrela com novo "hat-trick". O melhor marcador de sempre em "Clássicos" afastava as críticas em definitivo e demonstrava ter recuperado a sua melhor forma. Até ao final do mês, novo golo decisivo, desta vez frente ao Espanyol.


Abril: a desilusão europeia

O argentino foi impotente na receção ao Atlético de Madrid, que terminou com um empate a uma bola, mas "bisou" contra o Bétis, mantendo o Barcelona na luta pelo título espanhol.

No que toca às competições europeias, o mês de abril foi de total desalento para Messi e para todos os adeptos "culés". A derrota contra o Atlético de Madrid no Vicente Calderón ditou o afastamento do Barcelona na Liga dos Campeões, numa partida em que Lionel Messi esteve em claro "dia não".

Já nas competições domésticas, "La Pulga" voltou aos golos decisivos, permitindo triunfos sobre Athletic Bilbao e Villarreal, mas não conseguiu evitar a vitória do Real Madrid na final da Taça do Rei.


Maio: o adeus ao título e os rumores

O mês de maio começou com a desilusão de um empate com o Getafe, num jogo que serviu para homenagear Tito Vilanova. Lionel Messi ainda marcou, mas o golo não foi suficiente e o Barça ficou muito próximo de dizer adeus à luta pelo título.

O adeus matemático aconteceu no dia 17, com um empate a uma bola com o Atlético de Madrid (sem golos de Messi) que permitiu a festa "colchonera".

Não se sabe se terá sido pelos falhanços coletivos na Liga espanhola e na Liga dos Campeões, mas no dia 19 de maio o argentino admitiu pela primeira vez a possibilidade de deixar o clube catalão, deixando todos os grandes clubes europeus a contar o dinheiro dos cofres.


Junho: golos em terras de Vera Cruz

As atenções do pequeno génio viraram-se então para o Brasil, onde ajudou a levar a Argentina à final do Mundial2014. Antes disso, fechou a contagem no triunfo da seleção das "pampas" sobre a Eslovénia, no último jogo de preparação antes da fase final da prova.

Pontapé de saída na "Copa" diante da Bósnia e jogada de sonho de Lionel Messi, concluída com o 2-1 final para garantir três pontos para a Argentina. Contra o Irão de Carlos Queiroz, mais do mesmo: Messi "inventou" um golo aos 90+1, selando nova vitória e garantindo de imediato a presença nos oitavos-de-final.

"La Pulga" fechou uma fase de grupos repleta de golos com uma vitória sobre a Nigéria, desta vez com dois tentos que o colocavam na liderança da tabela de melhores marcadores, juntamente com o brasileiro Neymar.


Julho: "morte" na praia do Rio de Janeiro

Julho começou com uma vitória suada sobre a Suíça, que valeu a Messi e companhia a presença nos quartos-de-final do Mundial2014. O jogador do Barcelona assistiu Di María para o único golo do jogo quando o relógio marcava 119 minutos.

Daí até ao final da prova, pouco mais se veria da "Pulga atómica", mesmo tendo a Argentina atingido a fase derradeira. Nos "quartos", diante da Bélgica, Messi ficou em branco, tal como diante da Holanda nas meias-finais.

O dia mais importante da carreira de Lionel Messi chegou a 13 de julho, mas o argentino pouco conseguiu fazer perante o poderio da Alemanha, que se sagrou campeã mundial no Maracanã. A oportunidade de uma vida fugia "pelos dedos dos pés" de Messi e companhia.

Não sem uma boa dose de polémica, Messi ainda se conseguiu despedir do Brasil com o prémio individual mais cobiçado na maior prova do futebol mundial: o de melhor jogador do torneio.

Até ao final do mês haveria ainda tempo para dar uma "perninha" no Estádio do Dragão, na despedida do seu antigo colega de equipa Deco.


Agosto: regresso às vitórias na Catalunha

O mês de agosto foi de algum (pouco) descanso mas também de arranque vitorioso na Liga espanhola, com um "bis" na receção ao Elche que lhe permitiu aproximar-se ainda mais do recorde absoluto de Telmo Zarra.

A deslocação ao terreno do Villarreal seria agridoce para Lionel Messi, já que o Barcelona triunfou por 1-0 mas o avançado argentino saiu do campo com mazelas.


Setembro: goleadas com "selo Messi"

A lesão muscular deixou "La Pulga" de fora do reencontro com a Alemanha, que terminou com uma vitória da seleção sul-americana, mas o craque argentino voltou aos grandes jogos diante do Athletic Bilbao, com uma excelente jogada individual que culminou numa bela assistência para Neymar.

No dia 21, dia de goleada "de mão cheia" ao Levante, Messi falhou um penálti mas conseguiu fixar o resultado final.

Os 5-0 não chegaram e o Barcelona fez questão de "dar seis" ao Granada, com uma exibição de luxo do argentino, que apontou dois golos e fez três assistências.


Outubro: os problemas fiscais e a derrota no "Clássico"

No dia 4 de outubro, o Barcelona viajou até ao terreno do Rayo Vallecano e regressou com um triunfo por duas bolas a zero. Messi abriu a contagem aos 35 minutos, com Neymar a fechar o marcador.

O mês de novembro colocou ainda os dois colegas de equipa no Barcelona frente a frente. No Estádio Nacional de Pequim jogou-se o "Superclássico", que o Brasil venceu por 2-0. Messi ficou em branco e ainda falhou uma grande penalidade.

Por esta altura, mais do que os golos marcados ou falhados, discutia-se a dívida de Lionel Messi ao fisco espanhol. "La Pulga" ainda conseguiu manter a concentração necessária para fechar a contagem frente ao Eibar, mas não conseguiu evitar a derrota no "Clássico" de dia 25.


Novembro: os recordes batidos

Em plena fase de grupos da Liga dos Campeões, Messi ia fazendo história. Na vitória frente ao Ajax, o argentino "bisou" e igualou Raúl como melhor marcador da prova. Seguiram-se enormes elogios em Espanha, onde até foi considerado o melhor futebolista da história.

A 18 de novembro, Messi viajou até Old Trafford para defrontar Cristiano Ronaldo, desta vez com a camisola da seleção argentina. O duelo entre as duas estrelas, no entanto, acabaria de forma prematura, com a substituição de ambos ao intervalo.

O tal recorde de Telmo Zarra, que até então era o melhor marcador da história da Liga espanhola, seria batido de forma clara no dia 22, com um "hat-trick" ao Sevilha que reforçou o estatuto de imortal do argentino. O recorde na "Champions" também não prejudicou em nada.


Dezembro: os "presentes de Natal"

Logo no primeiro dia do mês de dezembro, Messi recebeu uma boa notícia: estava entre os três finalistas à Bola de Ouro, ao lado de Cristiano Ronaldo e Manuel Neuer.

O argentino foi poupado no duelo com o Huesca, da Taça do Rei, mas arrasou na receção ao Espanyol, com um "hat-trick". Na "Champions", abriu caminho para a reviravolta frente ao PSG que garantiu o primeiro lugar do grupo F.

Já com o espírito natalício em alta, Messi presenteou os adeptos do Barça com um "bis" frente ao Córdoba, terminando o ano em grande forma.

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