Bloqueio a Cuba, Malvinas e Haiti são destaques da ONU em 2012

A esses dois acontecimentos somou-se em novembro outra votação do órgão máximo da ONU que outorgou a Venezuela, Brasil e Argentina um mandato de três anos como membros do Conselho de Direitos Humanos (CDH), com sede em Genebra.

E também a celebração em Rio de Janeiro da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.

2012 ficou marcado como o 21º ano em que, de maneira consecutiva, a Assembleia Geral emite uma condenação quase unânime dos países membros ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.

Nesta ocasião, o repudio a esse assédio de meio século de existência agrupou os votos de 188 Estados, com somente três oposições (Estados Unidos, Israel e Palau) e duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia).

Um mês antes, no debate de alto nível do mesmo fórum, os dignitários de 45 países exigiram explicitamente o fim do cerco norte-americano que tem ocasionado a Cuba um dano econômico de US$ 1,066 trilhões até dezembro de 2011.

Argentina no Conselho de Segurança

Também em novembro e em igual cenário, a Argentina foi eleita como membro não permanente do Conselho de Segurança para o biênio 2013-2014, junto com Ruanda, Austrália, Luxemburgo e Coreia do Sul.

Esses cinco países se unirão em janeiro a Guatemala, Marrocos, Togo, Paquistão e Azerbaijão, que iniciaram seu gerenciamento em 2012 e continuarão durante 2013, e a Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China, que têm caráter vitalício e direito de veto.

A nação sul-americana ocupará pela nona ocasião um assento no órgão da ONU encarregado da paz e da segurança internacionais depois de tê-lo feito antes nos biênios 1948-49, 1959-60, 1966-67, 1971-72, 1987-88, 1994-95, 1999-2000 e 2005-06.

A Argentina protagonizou outros momentos importantes na ONU no ano que termina, quando sua presidenta, Cristina Fernández, interveio em repetidas ocasiões ante o Comitê de Descolonização e a Assembleia Geral e abordou o tema das Ilhas Malvinas.

Em ambas oportunidades reiterou a disposição de seu governo a estabelecer negociações com o Reino Unido para discutir a questão da soberania desse arquipélago austral, ocupado por Londres desde 1833.

O caso das Malvinas não é um assunto bilateral, mas se converteu num problema global: terminar com os últimos vestígios de colonialismo, indicou a mandatária em um de seus discursos em Nova York.

No final de 2012, a Venezuela também conseguiu um logro importante na ONU ao ser eleita para integrar o CDH, apesar das intensas pressões dos Estados Unidos e outros países e organizações aliadas que trataram de impedi-lo.

Trata-se de um reconhecimento aos seus avanços em matéria de direitos humanos e a seu ordenamento jurídico, reconhecido como um dos sistemas com mais garantias no mundo, sublinhou o embaixador venezuelano ante a ONU, Jorge Valero.

A República Bolivariana foi selecionada junto com a Argentina, Brasil, Cazaquistão, Coreia do Sul, Costa do Marfim, Etiópia, Gabão, Quênia, Serra Leoa, Japão, Paquistão, Emirados Árabes Unidos, Estônia, Montenegro, Alemanha, Irlanda e Estados Unidos.

Os danos ocasionados pelo furacão Sandy em Cuba, Haiti, República Dominicana e Jamaica foram motivo de ações da ONU, cuja sede em Nova York também foi afetada pela catástrofe, com o envio de assistência a esses países.

Missão no Haiti

E no caso do Haiti, a organização mundial continuou sem admitir sua responsabilidade na origem da epidemia de cólera que nos últimos dois anos causou 7.750 mortes e contagiou mais de 620 mil pessoas.

Duas semanas antes de concluir 2012, a ONU anunciou um plano contra o cólera no Haiti por 238 milhões de dólares, em especial para a prevenção, tratamento, educação e ampliação dos sistemas de previdência e água potável.

Em outubro, o Conselho de Segurança reduziu em 1.400 os efetivos da força de capacetes azuis no país caribenho, entre soldados e policiais, mas em sua resolução a respeito ignorou os casos de abuso sexual cometidos por membros desse contingente.

No ano que termina também se destacou a crescente importância dos assuntos dos povos originários dentro do organismo mundial, marcados pela convocação a uma Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, fixada para os dias 22 e 23 de setembro de 2014.

Igualmente, aparece a inauguração do Ano Internacional da Quinua, que estava prevista para 29 de outubro com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, mas que foi postergada devido à passagem do furacão Sandy por Nova York nessa data.

*Chefe da corresponsabilidade da Prensa Latina nas Nações Unidas.

Fonte: Prensa Latina

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