Argentina recorre hoje às Nações Unidas para resolver o assunto do seu navio-escola
Fotografia: AFP
A Argentina vai evacuar os tripulantes do seu navio-escola “Liberdade”, retido no Gana desde o dia 2 de Outubro, na sequência de um pedido dos Estados Unidos, devido a uma dívida do país sul- americano referente a títulos públicos, e recorrer ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, anunciou ontem que a Presidente Cristina Kirchner decidiu evacuar de forma imediata a totalidade dos tripulantes argentinos e não argentinos, deixando apenas a bordo o capitão e um grupo mínimo para cuidar da fragata enquanto ela permanecer detida no porto de Tema.
A tripulação é composta por 326 pessoas, na sua maioria argentinos, mas também conta com oito marinheiros do Uruguai, 15 do Chile, e outros do Brasil, Paraguai, Equador, África do Sul e Venezuela.
Timerman informou que o juiz ganense ordenou que fosse proibido o abastecimento de combustível ao navio, o que impede a produção de energia e as questões operacionais básicas, como o funcionamento de casas de banho e da cozinha, além de prejudicar o sistema de combate a incêndios da fragata.
“A Presidente deu ordens ao ministro das Relações Exteriores para ir imediatamente à sede da ONU onde amanhã (hoje) se reúne com o presidente do Conselho de Segurança às 10h00”, explicou o ministro numa declaração lida na sede do governo e transmitida pela televisão.
“A Argentina responsabiliza o governo ganense por todos os danos que a fragata venha a sofrer até à sua libertação e de todos os prejuízos de um acto ilegal, que viola tratados internacionais”, alertou o ministro argentino das Relações Exteriores. O navio foi retido pelas autoridades portuárias do Gana na sequência de um recurso do fundo especulativo MNL Capital, que reivindica o pagamento de 370 milhões de dólares à Argentina.
Perante o protesto do governo argentino, o juiz “impôs como condição para anular a medida que a Argentina chegue a um acordo” com o fundo especulativo, opção que, para Timerman é “a única inaceitável para a Argentina”.