Assim como o tomate, a cebola, outro vilão da inflação, tornou-se objeto cobiçado de contrabando na Tríplice Fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina.
Ontem, fiscais da Receita Federal e do Ministério da Agricultura apreenderam 3,5 toneladas na ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR).
Fiscais do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu (oeste do Paraná) já apreenderam 500 kg do alimento nas últimas duas semanas --um recorde.
"É uma coisa inédita", diz o chefe do ministério na cidade, Antonio Garcez, sobre os tomates. "O Brasil é produtor. Normalmente, a gente exportava para a Argentina, o ano todo. Agora inverteu."
As cebolas apreendidas ontem vinham da Argentina, onde o câmbio e a produção fazem com que o produto, no atacado, custe cerca de 20% menos no país vizinho do que no Brasil -R$ 2, ante R$ 2,50.
O alimento contrabandeado, que não pode entrar no Brasil por não ter passado por avaliação fitossanitária, é transportada em vans ou carros pequenos.
No país, ele é revendido em mercados e restaurantes de Foz do Iguaçu e região.