As novas faces do vinho argentino -III. Quatro Bodegas exemplares.

Começo o relato resumido da tour argentina com dois dos melhores vinhos provados. O magnífico Henry Gran Guarda número 1, safra 2008. Um blend de cabernet sauvignon, malbec, syrah e petit verdot que só se faz em anos especiais. Passa 100% em madeira nova. Profundo, elegante, sem arestas. Um vinho para poucas palavras, criado a partir de um conceito simples: o melhor vinho que Lagarde poderia elaborar para desfrutar com os amigos. Veja aqui:

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A Bodega Lagarde, fundada em 1897, usa apenas uvas de vinhedos próprios e preserva a mesma arquitetura de seus primórdios, graças à paixão de seus proprietários, a família Pescarmona. Uma visita a sua sede em Lujan de Cuyo é uma viagem no tempo. Vinhedos são entremeados de oliveiras de onde se produz excelente azeite. Um calmo restaurante oferece a simples e deliciosa comida típica. Ali provei o lendário Lagarde Semillón Cosecha 1942. Um desses vinhos realmente especiais, foi descoberto numa vat antigo em 1976 e finalmente engarrafado para nosso deleite contemporâneo. Um líquido dourado claro com reflexo acobreados, aroma complexo e poderoso de amêndoas, maçã e mineral. Muito seco e intenso na boca, com acidez alta, lembra citrus e maçã verde, tem corpo médio e muita persistência. Lembra em certos momentos um Jerez muito especial.

lagarde 1942. foto: Mauricio Tagliari

lagarde 1942. foto: Mauricio Tagliari

A enóloga Carla Castorina, da Bodega Trapiche, nos apresentou entre outros um raro e encantador varietal de petit verdot. O Trapiche Broquel Petit Verdot 2009 (no Brasil, o 2006 custa R$ 52,90 pelo site www.todovino.com.br) é elegante, com ótimos taninos, toques de cassis e acidez. Este vinho me fez pensar em uma evolução maior do que a esperada por Carla. Não é comum que esta casta, mais usada em pequenas quantidades de certos grandes blends, seja a estrela solitária. Mas este vinho  surpreende. Acompanhe :

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Muito me encantaram os produtos de Hacienda del Plata, uma vinícola familiar e de tradição estancieira que remonta ao século XVIII. Seus vinhos são todos muito corretos, concentrados e agradáveis. Toda a linha encontra-se à venda no Brasil por preços bem competitivos. (veja aqui ). E gaste dois minutos para escutar a bela história dos nomes de seus vinhos contada por Rosario Gonzáles Toso, uma das proprietárias.

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Aproveite para ouvir Santiago Mayorga Boaknin explicar um pouco sobre a Mendel, uma pequena bodega que só produz vinhos de alta gama.

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 E no próximo post trago mais novidades mendoncinas.

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