Rio de Janeiro. Disputando uma Copa do Mundo pela terceira vez, o astro Lionel Messi tem a responsabilidade de liderar a Argentina em busca de um título que não vem desde 1986. O primeiro passo será dado hoje, contra a estreante Bósnia-Herzegovina, às 19h, no Maracanã, na rodada de abertura do grupo F.
Cabeça de chave em um grupo considerado fraco, que ainda conta com Irã e Nigéria, os argentinos chegam pressionados ao Brasil. Bicampeã em 1978 e 1986, a Argentina não chega a uma final desde 1990, na Itália, quando a Alemanha ficou com a taça. Nas últimas cinco Copas, a equipe sul-americana não conseguiu ir além das quartas de final.
Eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo, Messi ainda precisa de afirmação em um Mundial. Em 2006, fez apenas um gol. Em 2010, quando já era o astro do Barcelona, passou em branco. Para o Mundial no Brasil, o técnico Alejandro Sabella fez o possível para moldar a equipe a Messi, e não o contrário. Deixou o atacante Tevez, ex-Corinthians e artilheiro da Juventus, fora da convocação para agradar ao camisa 10, também alçado por Sabella ao posto de capitão da equipe. “Eu não estou preocupado com Messi. Ele já teve situações difíceis antes, onde recebe a bola e tem uma barreira com oito jogadores na frente dele”, declarou Sabella ao jornal argentino “Olé!” no fim do mês passado, em referência à última temporada sem brilho no Barcelona.
Estreia complicada. Surpresa das eliminatórias europeias, a Bósnia se classificou como campeã de sua chave – a Grécia, segunda colocada, ficou com a vaga na repescagem. Estreante em Mundiais, o time tem dois destaques: o meia Pjanic, que fez grande temporada pela Roma, e o centroavante Dzeko, campeão inglês com o Manchester City e maior goleador da história da seleção da Bósnia.
Na Bósnia, o técnico Safet Susic afirmou que não cogita uma marcação especial sobre Messi. Mas o treinador pode surpreender e deslocar Muhamed Besic para acompanhar o astro argentino em todo o campo. O técnico afirmou diversas vezes que a meta da seleção é conquistar o segundo lugar do grupo, que levaria a Bósnia às oitavas de final em sua primeira Copa do Mundo. O feito colocaria o país no noticiário da imprensa mundial.
Invasão ‘hermana’ em Copacabana
Cerca de 5.000 argentinos invadiram a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ontem. Com um bandeiraço, os hermanos dominaram vias da cidade para festejar a partida de hoje. Por causa da insistência em ficar no caminho dos carros, a Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para colocar todos no calçadão. Até um sósia do papa Francisco, que é argentino, fez parte das celebrações. O grito mais entoado é o tradicional “Sou argentino e esse sentimento não pode parar! Olê, olê, olá, vamos Argentina, vamos ganhar”. Outra canção de provocação a Pelé também não faltou “Brasileiro, brasileiro, que amargo que você é. Maradona é maior, é maior do que o Pelé!”. Uma faixa dizia: “Argentina, se jogasse no céu, eu morreria para ter ver”.
Bósnios tietam Diego Maradona
Os jogadores da Bósnia, por alguns instantes, não quiseram saber de rivalidade entre o primeiro adversário na estreia da Copa. Eles tietaram o maior ídolo da história do futebol “hermano”: Maradona, e até chegaram a tirar fotos craque. O ex-jogador está no Rio de Janeiro, de onde apresenta um programa sobre o Mundial para uma TV da Venezuela. O encontro entre o ídolo e os fãs adversários aconteceu na zona Sul da Cidade Maravilhosa. “Ao lado de um dos maiores jogadores de todos os tempos, Maradona”, teria dito Asmir Begovic, goleiro da Bósnia, durante o encontro. “Ao lado da lenda Maradona”, foi o que comentou Haris Medunjanin, um dos jogadores bósnios que teria pedido para tirar foto com o astro argentino.