Embora o planejamento oficial evitasse a catedral de Mar del Plata, na Argentina, uma parte das participantes de uma marcha do Encontro Nacional de Mulheres se separou do grupo e atacou a igreja. Não há Encontro Nacional de Mulheres, na Argentina, que não inclua este escandaloso episódio.
Cinco mil mulheres saíram da rota da marcha e se dirigiram à catedral para expressar com cantos e violência o seu ódio à Igreja. Entre outros motivos, por causa da oposição católica ao aborto.
Assim como em ocasiões anteriores, um grupo de pessoas estava no átrio da catedral rezando e tentando impedir, com uma grade de ferro, a violência contra o local sagrado. Ameaçadoras, as manifestantes conseguiram retirar a grade e só retrocederam diante da ação da polícia, que evitou a entrada das vândalas no templo.
As manifestações de ódio incluíram cantos que chamavam a Igreja de “lixo” e “ditadura”, entre outros insultos, além de pedradas, garrafadas e até lançamento de excrementos, tanto contra outros manifestantes quanto contra a polícia.
Durante semanas, toda a diocese rezou para que o encontro acontecesse em clima de paz. No entanto, a violência voltou a manchar o encerramento do evento. Diferentemente de outros anos, a polícia desta vez agiu e evitou que a violência se estendesse. Em San Juan, dois anos atrás, algumas feministas radicais pintaram com aerossol os jovens que as impediam de invadir a catedral, sem que nenhuma autoridade os defendesse.
É muito chamativo que as atenções da mídia argentina tenham se voltado não para as agressões contra a Igreja, e sim para identidade dos que defendiam a catedral, tachando-os de “neonazistas” e de “ultradireitistas” e deixando passar em brancas nuvens a explícita vontade das manifestantes de queimar o templo.
Teoricamente, o Encontro Nacional de Mulheres é uma oportunidade para que as cidadãs de toda a Argentina abordem temáticas que compartilham e debatam inclusive as soluções que não compartilham. Na prática, para algumas, o evento se transformou na oportunidade de renovar de maneira violenta a sua aversão à Igreja, sob a passividade de governo e meios de comunicação. Os mesmos meios de comunicação que, incoerentemente, se derramam em elogios aos apelos do papa Francisco pela paz.