Mais de uma década depois de ter decidido unilateralmente não pagar os empréstimos internacionais e, com isso, ter perdido o acesso aos financiamento, o apetite da banca estrangeira pela dívida argentina parece estar de volta.
De acordo com o noticiado pelo jornal argentino “Pagina 12”,citado esta manhã pela Reuters e pela Bloomberg, o Governo de Buenos Aires tem sido abordado por instituições financeiras internacionais que se mostram disponíveis para emprestar dinheiro às taxas de juro praticadas no Continente.
A Goldman Sachs será a instituição mais bem posicionada para emprestar mil milhões de euros ao País durante dois anos, à taxa anual de 6,5%, segundo os relatos.
O Ministério da Economia, em resposta oficial, diz que “a Argentina recebeu muitas ofertas para emitir dívida junto de instituições financeiras”, mas “ainda não assinou qualquer acordo”, disse aos jornalistas um porta-voz.
A Argentina perdeu o acesso aos mercados internacionais quando em 2002 resolveu unilateralmente declarar que deixaria de pagar as responsabilidades associadas a empréstimos no valor de 95 mil milhões de euros.
Este foi um dos mais complexos e mais duros “defaults” da história, precisamente por não ter sido negociada com os credores. Os processos eternizaram-se nos tribunais internacionais, mas Cristina Kirchner parece disposta a restaurar relações com o FMI e o Clube de Paris. A presidente estará ainda disposta a compensar a Repsol pela expropriação de que foi alvo.