BUENOS AIRES, 26 Ago (Reuters) - A presidente da Argentina disse nesta segunda-feira que enviará ao Congresso um projeto para oferecer aos detentores de bônus reestruturados mudar o lugar de pagamento dos tÃtulos para Buenos Aires, em uma tentativa de evitar possÃveis embargos devido a uma decisão da corte de apelações em Nova York.
A troca voluntária da dÃvida em todos os mercados estrangeiros só acontecerá se forem rejeitados novos recursos argentinos em tribunais norte-americanas, disse uma fonte do governo à Reuters sob condição de anonimato.
A presidente classificou de injusta a recente decisão da corte de apelações de Nova York, que validou decisão prévia que obriga a Argentina a pagar 1,33 bilhão de dólares para os detentores de bônus argentinos que não aceitaram os termos das trocas anteriores.
Os demais detentores dos tÃtulos argentinos, que aceitaram as reestruturações da dÃvida argentina em 2005 e 2010, recebendo menos de 30 centavos por dólar, estão preocupados com a possibilidade de que a recusa da Argentina em pagar os demais credores possa resultar em um congelamento sobre o pagamento de bônus reestruturados.
A Argentina declarou default da sua dÃvida de 100 bilhões de dólares em 2002.
"Nós tomamos uma decisão para proteger aqueles que confiaram na República, 93 por cento dos detentores de bônus que confiaram na Argentina", disse Cristina.
"E é precisamente para fazer a substituição dos tÃtulos pela mesma moeda, mesmos prazos, nada mais do que mudar o local de pagamento a fim de evitar eventuais embargos", acrescentou.
A proposta de oferecer uma nova troca de tÃtulos levanta questões sobre a adesão dos detentores de dÃvida, frente aos controles de capital impostos recentemente pela presidente argentina.
"Alterar a localização dos pagamentos para Buenos Aires vai ser extremamente complicado em meio a controles cambiais", disse Jorge Todesca, ex-vice-ministro da Economia que é agora chefe da consultoria econômica Finsoport.
A Argentina "nunca vai poder emitir um tÃtulo público no exterior se continuar escapando de uma negociação séria da dÃvida. Podemos supor que a Argentina continuará isolada financeiramente do resto do mundo enquanto isso continuar assim", disse.
(Por Alejandor Lifschitz, Brad Haynes e Jorge Otaola; Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719; REUTERS RBS BM)