Os ministros de Economia e Relações Exteriores da Argentina, Axel Kicillof e Héctor Timerman, expressaram neste sábado (15) na cidade australiana de Brisbane sua satisfação pelo reconhecimento do G20 a seu problema da dívida soberana.
Os ministros, que representam a presidente Cristina Kirchner na cúpula do G20, à qual não pôde comparecer por problemas de saúde, explicaram que expuseram ao bloco que um dos problemas que a economia mundial enfrenta se deve ao peso das dívidas soberanas. "Lembrem-se que essa crise começa com um problema de dívida, segue com um problema de dívida e transcorre com um problema de dívida, e são os países que têm mais dificuldades de sair de um processo recessivo aqueles que mais peso têm da dívida sobre o produto", ressaltou Kicillof à imprensa.
O ministro ressaltou que se não for implementado "um instrumento internacional real que permita aos países com problemas com a dívida ter um marco jurídico para resolver essas questões", eles ficarão "à mercê dos fundos especulativos, dos fundos abutres".
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Brasil e França apoiaram a Argentina em relação ao problema da reestruturação da dívida no G20, um assunto que foi incluído, sem mencionar o caso particular do país sul-americano, em um dos anexos da declaração da reunião ministerial do bloco que foi realizada em Cairns, em setembro.
Kicillof considerou um "avanço" o fato de "o tema dívida ter aval e ser preocupação" do G20. "Todos os países reconhecem que há um problema de reestruturação da dívida soberana. Haverá diversas visões sobre como enfrentá-la, mas não há nenhum país que diga que este não é um tema do G20", disse por sua vez o chanceler argentino.
Nesse sentido, Timerman enfatizou que no debate que seu país promove, espera "encontrar uma resposta a um problema que corresponde hoje à Argentina, mas que foi sofrido em muitos países de Ásia, África e América Latina".