Argentina inicia congelamento de preços neste sábado

América Latina

Medida afeta 10% do total de supermercados e, na teoria, inclui apenas itens de primeira necessidade; no entanto, lista de "congelados" tem mais opções de cerveja do que de leite

Consumidores observam preços em SupermercadoConsumidores observam preços em Supermercado

Cada rede de supermercados vai exibir seus preços, mantendo-os dentro da faixa fixada pelo governo. Na lista, alimentos, bebidas e artigos de limpeza e higiene

(AFP)

Após a queda de 7,1% do consumo nos supermercados em abril, em comparação ao mês anterior, a segunda etapa da política de congelamento de preços na Argentina começa neste sábado, com 500 produtos em 1150 supermercados. A medida afeta 50 unidades das 11 redes mais importantes do país, de acordo com o vice-ministro de Economia, Axel Kicilof. Tais supermercados representam 10% do total e 40% das vendas dos produtos da lista, que conta com "itens de primeira necessidade", como alimentos, bebidas e artigos de limpeza e higiene.

A política de congelamento, medida artificial e populista típica da década de 80, teve início em fevereiro. Na ocasião, todos os produtos das redes varejistas ficaram com os mesmos preços por 60 dias. Agora, com um universo mais reduzido, o governo convocou os militantes kirchneristas, organizações sociais e prefeitos para fiscalizar os preços. 

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Segundo a subsecretária de Defesa do Consumidor, María Lucila Colombo, 60% das vendas são realizadas pelos armazéns e mercados asiáticos locais. Ainda que não sejam obrigados a seguir os preços estabelecidos, esses comércios procuram negociar melhores condições com os fornecedores para não perder a competitividade com relação aos grandes supermercados.

Apesar de dizer que os itens "congelados" são de primeira grandeza, é possível perceber que boa parte dos produtos não são tão essenciais assim. Por exemplo, a lista conta com cinco marcas de vinho, cinco de cerveja e de outras bebidas alcóolicas, oito tipos de sal de mesa e 16 cremes e produtos de beleza. O leite, por sua vez, conta com apenas duas opções, assim como a farinha de trigo. No setor de frutas, só duas variedades (maçãs e laranjas) estão disponíveis. Alimentos menos saudáveis dispõem de ampla oferta, como sobremesas prontas.

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As loucuras de Cristina Kirchner

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Questão das Malvinas e briga com a Grã-Bretanha

Cristina em cerimônia do 30º aniversário da Guerra das Malvinas

As Malvinas tornaram-se uma das questões centrais para Cristina Kirchner a partir do aniversário de 30 anos da Guerra iniciada em 1982. Para muitos, questionar a soberania sobre o arquipélago administrado pela Grã-Bretanha desde 1833 é uma forma de desviar a atenção para problemas mais graves do país.

Em março, os kelpers, como são chamados os habitantes das ilhas, aprovaram em um referendo a manutenção do status de território ultramarino britânico. A derrota não enfraqueceu o ânimo da presidente argentina, que volta e meia aborda o tema. Muitas vezes em condições totalmente impróprias, como em seu primeiro encontro com o papa Francisco. Oportunista, ela pediu que o pontífice intermediasse um diálogo sobre a questão – tentando arrastá-lo para um tema político que não está em sua esfera de atuação.

Depois do referendo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçou pedido para que a Argentina respeite o desejo dos kelpers. Ignorando o resultado da consulta popular, o chanceler Héctor Timerman dá sequência à cruzada argentina reclamando a soberania na ONU.

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Questão das Malvinas e briga com a Grã-Bretanha

Cristina em cerimônia do 30º aniversário da Guerra das Malvinas

As Malvinas tornaram-se uma das questões centrais para Cristina Kirchner a partir do aniversário de 30 anos da Guerra iniciada em 1982. Para muitos, questionar a soberania sobre o arquipélago administrado pela Grã-Bretanha desde 1833 é uma forma de desviar a atenção para problemas mais graves do país.

Em março, os kelpers, como são chamados os habitantes das ilhas, aprovaram em um referendo a manutenção do status de território ultramarino britânico. A derrota não enfraqueceu o ânimo da presidente argentina, que volta e meia aborda o tema. Muitas vezes em condições totalmente impróprias, como em seu primeiro encontro com o papa Francisco. Oportunista, ela pediu que o pontífice intermediasse um diálogo sobre a questão – tentando arrastá-lo para um tema político que não está em sua esfera de atuação.

Depois do referendo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçou pedido para que a Argentina respeite o desejo dos kelpers. Ignorando o resultado da consulta popular, o chanceler Héctor Timerman dá sequência à cruzada argentina reclamando a soberania na ONU.

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Manipulação de estatísticas

FMI criticou divulgação de dados não confiáveis

O governo lança mão do ilusionismo econômico para divulgar dados oficiais como o da inflação anual de 10%, bem distante do valor real de 24% e projeção de bater em 30% no final deste ano, corroendo o dinheiro dos argentinos. O preço da cesta básica, a projeção de crescimento econômico, os índices de pobreza, as reservas internacionais. As estatísticas mentirosas divulgadas pelo governo não resistem ao serem confrontadas com os dados divulgados por consultorias independentes. 

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Alteração de dados históricos

Morto em 2010, o marido de Cristina, Néstor Kirchner, ganhou destaque na história

Josef Stálin mandou reescrever livros e apagar rostos de desafetos de fotos oficiais. Na Argentina, Cristina Kirchner oficializou a falsificação de fatos e biografias de personalidades históricas do país. Quem teve ideias liberais ficou diminuído.

Seu desgoverno criou um instituto com o objetivo de "estudar, investigar e difundir a vida e a obra de personalidades e circunstâncias que não tenham recebido o reconhecimento adequado no âmbito institucional e de caráter acadêmico". Na prática, dar destaque a personagens como Evita Perón, José San Martín e, claro, seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010.

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Restrição do dólar

Sob Cristina Kirchner, ter dólar na Argentina tornou-se um ato impatriótico. A presidente argentina impôs restrição à compra da moeda americana em meio a panelaços promovidos pela população desconte com a medida e preocupada com suas economias. Os argentinos costumam se refugiar na moeda americana para realizar certas transações financeiras como a compra de imóveis – agora só permitida em pesos, levando a uma queda no valor das propriedades.  

O governo alega que o objetivo da medida é manter o nível de reservas para que o país possa honrar seus compromissos externos.  Só pode comprar moeda estrangeira quem tiver autorização da burocracia estatal. A proibição foi a tal ponto que a polícia chegou a colocar cães farejadores nos aeroportos atrás de dólares.

Além de depender da boa vontade do estado para poder viajar, os argentinos têm menos opções de consumo, com a restrição às importações. Além do temor de perder o emprego, com a queda da atividade econômica.

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Guerra com a imprensa

Cristina Kirchner exibe edição do jornal Clarín durante pronunciamento

A Lei de Mídia, aprovada em 2009, limita o número de licenças de rádio e televisão a que cada conglomerado de comunicação tem direito. O argumento do governo é que a medida evita monopólios. Mas, na verdade, a ideia é neutralizar a imprensa opositora, ao redistribuir licenças para grupos de comunicação amigos - em uma estatização disfarçada.

O grupo Clarín, opositor declarado do governo de Cristina Kirchner, foi o único a questionar judicialmente a lei, e conseguiu suspender a validade de alguns artigos. 

Para a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), a aplicação da medida “significaria uma drástica redução dos meios de comunicação independentes que subsistem na Argentina, com a consequente perda de canais de expressão que permitem o exercício da crítica política e do escrutínio público, condições essenciais de uma democracia”.  

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O diabetes e os "ricos"

O diabetes é “uma doença de pessoas ricas, porque elas são sedentárias e comem muito”. A definição no mínimo equivocada foi dada pela presidente durante evento na Casa Rosada para o lançamento do Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A declaração, obviamente, foi alvo de uma enxurrada de críticas. Uma delas veio do secretário de Saúde de Santa Fe, Miguel Angel Cappiello, para quem a presidente não foi assessorada sobre o assunto. “O diabetes é uma doença de todas as pessoas, sobretudo daquelas que se alimentam mal. Alguém com alto poder aquisitivo pode comer bem e fazer atividade física”.

 

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Briga com proprietários de terras

Conflito marcou uma das piores crises do governo de Cristina

O primeiro mandato da presidente foi abalado logo no início por uma série de manifestações de produtores rurais, responsáveis por 60% das exportações do país. Indiferente à importância do setor para a economia, ela colocou em marcha uma política de aumento de impostos sobre exportações que causou grande descontentamento. Depois de meses de embates, o governo tentou legitimar um aumento de imposto sobre as exportações de grãos – definido por decreto – com a aprovação pelo Congresso. Só que a proposta foi rejeitada, com direito a voto de minerva do então vice-presidente de Cristina, Julio Cobos, que também era presidente do Senado. Previsivelmente, os dois romperam depois do episódio. 

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Discursos longos e em horários inoportunos

Um pronunciamento em 2012 demorou mais de três horas

A legislação da Argentina prevê que o presidente em exercício tem o direito de interromper a programação televisiva para discursar em caso de situações graves ou excepcionais, mas Cristina Kirchner abusa da prerrogativa. E para falar sobre os programas de seu governo.

Em uma de suas muitas intervenções, ela falou por mais de uma hora em horário nobre, em setembro do ano passado, impedindo que os argentinos assistissem a programas de sucesso. Em outra ocasião, passou mais de três horas em frente às câmeras, testando a paciência dos telespectadores.

(com Estadão Conteúdo)

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