A final de Copa do Mundo que mais aconteceu volta a ser repetir neste domingo (13/07), no Maracanã. E o panorama é similar ao de 1986, quando a
Argentina venceu, e de 1990, quando
a Alemanha saiu vitoriosa: uma seleção que aposta na força do conjunto contra uma que gira em torno de um craque.
Como em 1990, a Alemanha tem como sua maior virtude um time equilibrado, que oscila pouco e raramente corre riscos. Alia a experiência de nomes como Bastian Schweinsteiger e Miroslav Klose com o ímpeto e o entrosamento de jovens como Özil, Khedira, Hummels, Höwedes, Boateng e Neuer, companheiros desde o título europeu sub-21 de 2009.
Maradona comandou a campanha argentina que levou ao bicampeonato de 1986
À frente, como pontos que vêm desequilibrando positivamente, os meias Toni Kroos e Thomas Müller, revelação e artilheiro da Copa da África do Sul e vice-artilheiro do Mundial até agora – ele tem cinco gols, apenas um a menos que o colombiano James Rodríguez.
"Nós temos a medida certa de autoconfiança. Se conseguirmos colocar a nossa qualidade em prática, então vamos ganhar essa partida", afirmou Schweinsteiger. "Nós amadurecemos como equipe nos últimos meses e durante o torneio."
Para superar a força de um adversário que já impôs duas goleadas marcantes na Copa – 7 a 1 sobre o Brasil e 4 a 0 sobre Portugal – a Argentina aposta em Lionel Messi. O camisa 10 tem a chance, na casa do arquirrival, de superar o principal argumento daqueles que ainda não o colocam entre os maiores jogadores da história: a falta de um título mundial.
"A Alemanha ganhou o respeito como equipe, mas não temos medo", disse o zagueiro Martín Demichelis. "Eles têm um treinador muito inteligente e que irá saber ler muito bem o jogo porque tem um elenco muito bom e com muitas variantes."
Sem gols no mata-mata, Messi precisará voltar a ser decisivo para levar a Argentina ao tri mundial
Numa campanha argentina que ainda não empolgou, mas se mostrou suficiente, Messi foi fundamental em quatro vitórias argentinas: contra Bósnia (2x1), Irã (1x0) e Nigéria (3x2), fez gols decisivos; contra a Suíça, na prorrogação nas oitavas de final, deu o passe para o gol de Di María.
Di María é a única dúvida do técnico Alejandro Sabella para a partida. O meia sofreu uma lesão na coxa direita contra a Bélgica, nas quartas de final, e, apesar de ter treinado normalmente nos últimos dias, ainda não está confirmado. Caso não jogue, entrará em seu lugar Enzo Pérez, como na semifinal.
Prováveis escalações
Alemanha: Manuel Neuer; Philipp Lahm, Jérôme Boateng (Per Mertesacker), Mats Hummels e Benedikt Höwedes; Sami Khedira e Bastian Schweinsteiger; Thomas Müller, Toni Kroos e Mesut Özil; Miroslav Klose. Técnico: Joachim Löw.
Argentina: Sergio Romero; Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay e Marcos Rojo; Javier Mascherano, Lucas Biglia e Enzo Pérez (Ángel Di María); Ezequiel Lavezzi, Lionel Messi e Gonzalo Higuaín. Técnico: Alejandro Sabella.
Local
Estádio Maracanã, Rio de Janeiro
Arbitragem
Nicola Rizzoli (Itália), auxiliado por seus compatriotas Renato Faverani e Andrea Stefani.
Destaques
Alemanha
Maradona e Matthäus: líderes de suas seleções no Mundial de 1990, vencido pela Alemanha
Thomas Müller: Nenhum jogador venceu a Chuteira de Ouro - prêmio dado ao artilheiro - em duas Copas do Mundo seguidas. Caso o atacante alemão Thomas Müller anote mais um na final no Maracanã, ele vai empatar com o colombiano James Rodríguez, com seis gols cada, na liderança da artilharia. Na África do Sul, Müller foi o artilheiro do torneio com cinco gols.
Argentina
Lionel Messi: É bem verdade que Messi ainda não marcou na fase mata-mata deste Mundial, mas isso não tira o fato de ele ser o principal condutor de jogadas na Albiceleste. Contra a Suíça, ele deu o passe decisivo; e contra os belgas, Messi deu até carrinho e fez as vezes de volante marcador. A Argentina começou o Mundial com um quarteto fantástico e chega à final apenas com a metade deles (Di María se recupera de lesão e Sergio Agüero não está 100% fisicamente). Para a Argentina ser campeã, Lionel Messi precisa ser Lionel Messi: decisivo.
Retrospecto
Müller pode ser artilheiro da Copa do Mundo pela seguda vez consecutiva. ele precisa de mais um gol
Alemanha e Argentina já se enfrentaram 20 vezes, com nove vitórias argentinas, cinco empate e seis vitórias alemãs. Em gols marcados, as duas seleções estão empatadas: 28 para cada lado. Em Mundiais, as duas seleções se enfrentaram seis vezes, e os europeus levam vantagem: três vitórias, dois empates (um vencido nos pênaltis) e uma derrota.
Em 1958, pela fase de grupos, deu Alemanha por 3 a 1. Em 1966, também pela fase de grupos, o único empate sem gols da história entre as duas seleções. A única vitória argentina foi na final de 1986, por 3 a 2. Quatro anos depois, na final de 1990, a Alemaha deu o troco, por 1 a 0. Os últimos dois encontros foram pelas quartas de final de 2006 e 2010: 1 a 1 (4 a 2 nos pênaltis) e 4 a 0 para a Alemanha.
Último confronto
Foi em agosto de 2012, em um amistoso em Frankfurt, na Alemanha. O placar foi 3 a 1, com gols de Lionel Messi, Ángel Di María e Sami Khedira (contra) para os argentinos e Benedikt Höwedes para os alemães. Os dois treinadores eram Joachim Löw e Alejandro Sabella e as equipes titulares eram bem parecidas com as escalações atuais.