Justiça
Após protestos em cidade natal do ditador, local de enterro ainda é indefinido
Secretaria de Direitos Humanos de cidade natal do ditador pendurou cartazes com nomes de desaparecidos na ditadura argentina
(Daniel Garcia / AFP)
A Justiça argentina autorizou, nesta terça-feira, a entrega do corpo do ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, que morreu sexta-feira passada na prisão, a sua família, confirmou Adolfo Casabal Elia, advogado da família. No entanto, o local do enterro ainda não foi determinado - Mercedes, cidade natal do ditador, tem sido palco de recentes manifestações contrárias ao enterro no cemitério local.
O advogado explicou que, embora a Justiça já tenha autorizado a entrega dos restos de Videla à família, após a autópsia, o corpo do ditador não poderá ser retirado do necrotério "até cumprir todos os requisitos administrativos".
Enterro - Sobre o local do enterro, Casabal Elia afirmou que "embora ainda não tenha sido definido, a princípio a ideia é que seja em Mercedes", que fica 100 quilômetros a oeste de Buenos Aires. Diante dessa possibilidade, a Secretaria de Direitos Humanos de Mercedes afixou ontem, nos arredores do cemitério, 22 cartazes com os nomes de desaparecidos durante a ditadura argentina.
"Mostramos o repúdio à possibilidade de que o corpo de Videla seja enterrado na cidade de Mercedes", disse o secretário Marcelo Melo. "Deve ser a pessoa mais nefasta deste país e, logicamente, a cidade de Mercedes não quer carregar esse peso".
Videla morreu na sexta-feira, aos 87 anos, na prisão onde cumpria pena de prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar (1976-1983).
(Com agência EFE)