EFE
Argentina aposta em aliança estratégica automotiva com Brasil
Buenos Aires, 1 mar (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, defendeu neste sábado o estabelecimento de uma aliança estratégica com o governo brasileiro para o setor automotivo em um contexto de queda das exportações ao Brasil, durante seu discurso de abertura do Congresso argentino.
'O principal fator que afeta à indústria automotiva é a queda das exportações e, especialmente, a demanda do Brasil', disse a presidente, que rejeitou que a queda da atividade do setor responda aos impostos fixados pelo governo. Contudo, acrescentou: 'se temos que corrigir algo, vamos corrigir'.
Cristina ressaltou que, tanto no Brasil quanto na Argentina, as indústrias do setor são de multinacionais estrangeiras que importam peças de maior valor a partir de seu núcleo.
Por esse motivo, pediu que Brasil estabeleça uma aliança estratégica 'para conseguir contratos de longo prazo em matéria autopeças que permitam às empresas obter financiamento em pesquisa e desenvolvimento nos bancos'.
A chefe de Estado citou como exemplo à Áustria, e afirmou que, assim como o país europeu, a Argentina tem capacidade para fabricar 'as autopeças mais sofisticadas, como as que têm software, os GPS'.
Ela destacou que em 2013 foi batido um novo recorde de compra de automóveis na Argentina, embora tenha admitido que a queda das exportações ao Brasil, principal parceiro comercial, prejudicou à indústria local e afetou a queda do superávit comercial no ano passado.
'Caiu o mundo, está caindo a exportação. Por isso, é muito importante sustentar o consumo interno, para seguir sustentando o crescimento e a receita', declarou a presidente durante seu discurso perante o plenário das duas câmaras.
A atividade industrial na Argentina registrou em 2013 um retrocesso de 0,2% com relação ao ano anterior, mas a produção de automóveis desabou 28,4% em 2013, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec).
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