O ministro de Defesa da Argentina, Agustín Rossi, admitiu neste sábado (15) que o país sul-americano é produtor de drogas ao formular uma análise sobre o avanço do narcotráfico.
Foi a primeira vez que o governo da presidente Cristina Kirchner reconhece que o país produz drogas, apesar de várias entidades, como a Igreja Católica, já tivessem feito alertas nesse sentido.
"A Argentina é um país de consumo (de drogas ilícitas), mas o que é mais grave, é que não só há consumo, como também produção; é aí que os esforços de toda tarefa de inteligência criminal devem ser colocados", disse à Rádio Rivadavia.
"Há anos se tinha um olha só para as fronteiras sobre a problemática (do narcotráfico) porque acreditava-se que o problema era evitar que a droga entrasse no país. A Argentina "antes era um país de trânsito. Agora é de consumo e elaboração."
Para ele, há um "crescimento exponencial do tráfico" na Província de Santa Fé, a que enfrenta maior aumento da violência provocada pelo tráfico de drogas. A Província é governada pelo opositor Antonio Bonfatti, principal adversário político de Rossi.
"Não são organizações que se instalaram em Santa Fe para o tráfico de drogas, mas sim que já vinham agindo no mundo do crime e o que fizeram foi mudar de rumo.", disse o ministro.
Segundo estatísticas oficiais, foram fechados pelo menos dez laboratórios de fabricação de drogas em 2013. No entanto, o governo culpava os vizinhos Paraguai, Bolívia e Peru por fornecer os entorpecentes.
Ameaça
O avanço do narcotráfico na Argentina atingiu diversas cidades do país, incluindo a capital Buenos Aires. Em Mendoza, no oeste argentino, três homens armados fizeram ameaças na sede do jornal "El Sol".
O ataque foi feito dois dias após a publicação ter informado sobre ameaças feitas por uma quadrilha de traficantes a três jornalistas. Os profissionais de comunicação receberam proteção da polícia local.
Na semana passada, o jornal revelou detalhes sobre o tráfico de drogas de uma quadrilha que atua na periferia da cidade.