Assim como o nível das equipes de Brasil e Argentina, a qualidade da arbitragem no Sul-Americano de vôlei também mostra ser maior com os países das equipes favoritas.
Ao todo, são três brasileiros e dois argentinos entre os árbitros que estão trabalhando na Arena Vivo. Peru, Bolívia e Uruguai também estão representados. O Chile não enviou árbitro e a vaga foi ocupada pelo brasileiro Ivan Cardoso, que está na função há 28 anos. A maior carga de experiência ajuda no contato com os colegas.
“Quanto mais alto o nível de um campeonato, melhor para o árbitro. Alguns locais possuem ligas com nível baixo e pouca exigência. Isso dificulta no aprimoramento do árbitro. Em alguns lugares, apitar é tranquilo, mas em outros o sangue ferve. Faço questão de tentar ajudar os mais novos a adquirir um maior conhecimento. Em algumas áreas, existem pessoas que amarram a informação. Eu prefiro disseminá-la”, destaca o mineiro, que também atua como engenheiro civil.
Para ele, ajudar o próximo dá um grande retorno para que se prontifica a colaborar. “Quando tenho essa chance, a pessoa que ajudo dá um passo, enquanto eu dou dois. O ensinamento engrandece. É preciso que o colega esteja aberto. Críticas não costumam ser bem-vindas, mas tudo depende da abordagem”, analisa Cardoso, que apitou ao lado do alagoano Felipe Turchiari, um dos novos talentos da arbitragem brasileira, o jogo entre Boca Juniors-ARG e Universidad La Salle-BOL.
“Essa passagem de experiência é benéfica, principalmente para os mais jovens, que estão começando na carreira. Estar ao lado de alguém que tem essa preocupação é sempre interessante”, agradece o nordestino, mostrando se espelhar no mineiro.
No primeiro jogo em que estiveram juntos, uma conversa antes da partida facilitou o andamento da partida. “Trocamos algumas idéias para afinar a atuação. O mais importante é termos o controle da parte disciplinar. Um dois toques ou condução pode passar despercebido, mas a parte disciplinar nunca será relevada”, indica Cardoso, que já apitou jogos de Campeonato Mundial, Sul-Americano, além do campeonato norte-americano de vôlei.
“Morei três anos nos EUA e lá as regras são muito diferentes. Em locais onde a altura do ginásio é abaixo da ideal, o jogo pode continuar se a bola bater no teto, caso ela volte na mesma quadra. Este é apenas um dos aspectos distintos”, diverte-se o árbitro.
No Sul-Americano, todos os árbitros são comandados pelo brasileiro George Kuroki, ex-árbitro internacional.