O aumento do nível dos principais rios do nordeste da Argentina, que deixou dois mortos e 20 mil deslocados, estabilizou-se nas últimas horas devido ao término das chuvas, o que evitou novas retiradas, informaram fontes oficiais neste domingo (27).
"A altura do rio Uruguai no porto de Concordia nesta manhã foi de 15,8 metros, permaneceu estável e, por isso, não houve necessidade de realizar novas evacuações" disse à imprensa local um porta-voz da Defesa Civil da cidade, situada na província de Entre Ríos.
Concordia é a cidade argentina mais afetada pelas inundações, com um quarto de suas ruas cobertas pela água e mais de 10 mil pessoas deslocadas de suas casas.
O governo estabeleceu na cidade um comitê de crise, que hoje será liderado pelo presidente, Mauricio Macri, para conhecer a situação de primeira mão.
O chefe de Gabinete argentino, Marcos Peña, informou no sábado que trata-se de uma das cheias "mais complicadas da história" em Concordia, com os registros mais altos em cinco décadas.
A cessação das chuvas também estabilizou o nível da água em Corrientes, Chaco, Formosa e Santa Fé, as outras quatro províncias afetadas, que somam no total mais 10 mil evacuados.
As autoridades alertam que a lenta retirada das águas será a etapa mais complexa da emergência que atravessa o nordeste do país.
O presidente argentino, Mauricio Macri, suspendeu suas férias para viajar a cidade de Concordia, província de Entre Ríos, uma das três regiões mais afetadas pelas inundações no país.
O governante fez menção à mudança climática como causa do desastre. "Ela é uma realidade contra a qual temos que estar todos comprometidos", disse.
As inundações na Argentina, no Paraguai, Brasil e Uruguai, são parte dos efeitos do fenômeno climático El Niño, que segundo a ONU se acentuaria até o final do ano e poderia manter seus efeitos até o terceiro trimestre de 2016.