Aliados de Cristina protestam contra revisão da Lei de Mídia na …

Simpatizantes de Cristina Kirchner e militantes de movimentos sociais que apoiavam o governo kirchnerista fizeram a primeira manifestação contrária a Mauricio Macri, nesta quinta (17), uma semana após a posse do novo presidente.

Com as convocações “Abaixo ao golpismo macrista” e “Na lei de meios não se toca”, a mobilização tinha como objetivo protestar contra mudanças na lei que regula os meios de comunicação e contra as nomeações feitas por Macri, por decreto, de dois juízes para a Suprema Corte.

O novo ministro das Comunicações, Oscar Aguad, disse, em entrevista no último fim de semana, que a legislação seria revista, pois havia sido criada para, segundo ele, intimidar veículos de comunicação críticos a Cristina Kirchner.

A mensagem foi rechaçada por políticos e militantes kirchneristas, que prometem resistir contra alterações na lei. Os manifestantes seguravam cartazes onde se podia ler “Na lei de meios não se toca”, “Macri = censura” e “Nem decretos, nem repressão”.

Um dos motivos da queixa dos militantes é o fim, anunciado pelo próprio presidente, do programa televisivo “678” na TV Pública. Ultrakirchnerista, o programa segue indo ao ar após a posse de Macri, mas com tom de despedida e protesto. Segundo os organizadores, eles podem deixar a TV ainda este mês.

Nesta quinta, políticos kirchneristas, intelectuais e lideranças de entidades de direitos humanos, como as Avós e Mães da Praça de Maio, participaram da atração e se revezaram em discursos contra o governo atual e a favor do programa.

“Lutamos contra Videla [Jorge Videla, ditador militar argentino], vamos continuar lutando pela democracia”, disse Estela de Carloto.

Na rua, em frente ao Congresso, manifestantes gritavam “6-7-8” e “Pátria sim, colônia não”.

O presidente da Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual), o kirchnerista Martín Sabatella, um dos funcionários que Macri tenta remover do cargo, discursou durante a mobilização. A entidade é a responsável pela aplicação da lei de meios, que obrigou o Grupo Clarín a se desmembrar.

Ele tem mandato formal até 2017, mas Macri quer retirá-lo do cargo, alegando que se trata de um militante e não um funcionário público. “Não há democracia profunda sem pluralidade de palavras, e não há pluralidade se não se regula a voracidade das empresas”, disse Sabbatella.

No meio da multidão que assistia ao discurso, as irmãs Patricia e Libertad Strazzeri aplaudiram. Elas levavam um cartaz em que estava escrito “Lei de meios = Muitas vozes 678. Macri = Censura”. “Tememos um retrocesso nos direitos humanos, nos julgamentos de militares [da ditadura] e o corte de verba para a educação”, disse Patricia.

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