O ministro de Energia e Mineração, Juan José Aranguren, ratificou que entrará em vigor “um processo de modificação gradual dos subsídios às tarifas dos serviços elétricos e de gás natural”.
Os aumentos seriam a partir de janeiro e o ministro prometeu que se excluirá “os setores mais vulneráveis” do que chamou “sinceramiento tarifário”, ao falar ontem em um ato pelo Dia do Petróleo.
Aranguren, que foi o chefe executivo da corporação Shell na Argentina, disse que o governo do presidente Mauricio Macri manterá o Estado como acionista majoritário da empresa YPF. Não afirmou, porém, se Miguel Galuccio continuará à frente da companhia.
Macri anunciou a eliminação do imposto às exportações de milho, trigo e carne, e uma redução à taxa da soja, decisão que beneficia os grandes produtores agrícolas.
A medida deixa o Estado então sem uma fonte de arrecadação aos seus cofres para atribuições e despesas, o que deve compensar com outras variantes, e tirar os subsídios aos serviços é uma delas.
Com relação aos blecautes que já começaram em Buenos Aires e na área urbanizada bonaerense, bem como em outros lugares do país, com a chegada do verão, Aranguren manifestou que o governo analisa aplicar medidas para reduzir o possível impacto social que têm os cortes.
Por outro lado, o ministro de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sergio Bergman, confirmou que nesta semana o Executivo “vai decretar a emergência energética”, depois de um fim de semana com cortes elétricos na Área Metropolitana em meio a altas temperaturas.
Além disso, admitiu que existirá “um verão onde a matriz energética não vai ser suficiente”, mas negou que serão aplicados cortes programados.
O ministro disse que será adotada a emergência com caráter excepcional para poupar energia, e entre outras regulações se orientará os comércios a não acender os letreiros luminosos.
Posteriormente, em declarações à rádio Mitre, acrescentou novas disposições como pôr limites aos eventos esportivos e culturais noturnos e reduzir a iluminação pública.
“Antes de chegar a colapsar, temos que ter um uso responsável que começa com uma sinceridade com o usuário”, disse o ministro macrista, que afirmou que é imprescindível uma mudança cultural até que os investimentos revertam a situação que hoje existe.
Depois da divulgação das declarações de ambos os ministros, estouraram nas redes sociais e circularam numerosos comentários, duras críticas e entre muitos dos cartazes um mostrava o recorte do ministro e uma legenda com o anúncio e sobre a foto a frase “Assim atuava a ditadura!”.