As ações da Edenor (maior elétrica da Argentina) tiveram uma semana explosiva e terminaram com uma subida a pique de 25% em Wall Street. O que aconteceu? Qual a razão de tão espetacular escalada de preços?
Uma vez mais devemos aplicar o velho ditado que reza assim: “Comprar com os rumores, vender com as notícias”. O rumor aqui em causa é que o governo argentino estará perto de dar luz verde a um aumento tarifário.
Vejamos o que aconteceu na quinta-feira, quando começaram a circular os rumores (ver gráfico acima). As ações saltaram de 2 para 3 dólares durante o dia, para fechar a 2,55 dólares. E na sexta-feira perderam mais 0,07 dólares, fechando em 2,48.
Permitam-me uma breve análise de quem beneficiaria com esta (eventual) medida para ver se faria sentido para o governo argentino cumpri-la.
Pode haver insider trading, na medida em que tenha havido operações com as ações da Ednor tendo base em informação privilegiada? Não. Simplesmente porque a ação tem muito pouco volume e nos últimos três meses negociou em média 7500 ações por dia – o que equivale a uns 15 mil dólares.
Poderia o Estado argentino tomar a Edenor? Podia. Mas o governo tem consciência de que já tem muitas guerras abertas, casos da YPF, dos comboios, da Clarín, entre outros. Nacionalizar a Edenor e geri-la mal significaria apagões de que o único e direto responsável seria o Estado. E se há coisa que faz perder votos são os cortes de luz. A Edenor tem liquidez? Não. Então o governo teria ainda um enorme risco político se gerisse mal a elétrica, e realmente muito pouco (ou nada) a ganhar.