3 – George Soros processa banco que segura dinheiro da dívida …

FELIPE GUTIERREZ
BUENOS AIRES, ARGENTINA - O Bank of New York Mellon foi processado pelo fundo do megainvestidor George Soros por não repassar um pagamento de 226 milhões de euros referentes a um vencimento de títulos de dívida da Argentina.
O fundo Quantun Partners, do qual Soros é sócio, juntou-se a outros, como o Hayman Capital, em uma ação contra o Mellon na Justiça de Londres. A notícia é da agência Bloomberg.
Os fundos são donos de uma parte dos US$ 539 milhões que o banco foi proibido de repassar por um juiz dos EUA, Thomas Griesa.
Em junho, ele decidiu que os credores da Argentina só podem receber caso o país acerte uma dívida de US$ 1,3 bilhão com fundos de investimentos "abutres", como o Aurelius e o NML.
Esses "abutres" são especializados em comprar, no mercado secundário, títulos de dívida de países com economias débeis, quando eles valem muito pouco. Geralmente, um título soberano em calote é renegociado em condições que o país que os colocou consegue honrar.
CALOTE
A Argentina deu um calote em 2001, e renegociou sua dívida em 2005, pagando 30% do que devia. A grande maioria dos credores, formada por 92% deles, aceitou, trocou os títulos antigos por novos e passou a receber. O NML e o Aurelius ficaram com os papéis antigos, nunca receberam e entraram na Justiça.
Em junho, Griesa interpretou que os fundos "abutres" deveriam receber e que os outros credores iam ficar sem seu dinheiro até que a Argentina acertasse a conta com o NML e o Aurelius.
A Argentina considera a dívida ilegítima, não pagou nada aos dois e o juiz bloqueou o pagamento aos outros credores. Mas o país depositou o dinheiro mesmo assim e, por isso, afirma que apesar de o dinheiro não ter chegado aos seus donos, não se trata de um calote.
Griesa decidiu congelar o dinheiro no banco, que agora será processado por um dos homens mais ricos do mundo.
Esse foi o segundo processo contra o Bank of New York Mellon -o fundo de aposentadoria Postalis entrou com uma ação pois teve perdas depois do calote aos credores argentinos.
O Mellon administra um fundo de investimento do Postalis que teve um prejuízo de R$ 197,8 milhões porque tinha derivativos vinculados ao pagamento da dívida argentina. O Postalis entrou com uma ação na Justiça do Brasil. 

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